Pegadas de Jesus

Pegadas de Jesus

sexta-feira, 30 de março de 2012

SEMEADURA


Parabéns, meu querido, meu velho, meu amigo!


Este post é dedicado ao meu pai, neste dia do seu aniversário


Meu pai sempre teve fascínio pela terra. Mesmo trabalhando como operário, na indústria, era imprescindível, para ele, cultivar uma pequena faixa, todo ano, de milho e de feijão, muito mais por gosto, do que por necessidade.

Era madrugada ainda quando ele saía de casa, munido de suas ferramentas, para preparar o terreno para a semeadura. Quando o trabalho não lhe permitia essa dedicação, contratava pessoas para desempenharem o serviço.

As chuvas de março tinham para ele um grande significado, segundo dizia, pois, garantiam a colheita do milho no período das festas juninas.

Certo dia levou-nos, eu e meu irmão, para ajudá-lo a semear. A faixa de terra preparada, não era tão grande, mas, aos nossos olhos de pré-adolescentes, parecia enorme. Papai circulava de um lado para outro, tomando providências, e percebia-se pela desenvoltura e pela satisfação, o quanto se sentia integrado ao campo.

De enxada na mão, punha-se a abrir pequenas covas na terra, enquanto eu e meu irmão, deitávamos as sementes. Era rápido e ágil, e aos poucos o terreno ia se encrespando, e tomando nova forma.

Advertia-nos a colocar uma determinada quantidade de sementes, de milho e de feijão, em cada cova, e deixava claro que se colocássemos mais que o recomendado, ele saberia.

No início aquela tarefa nos parecia divertida. Eu escolhia uma fileira de covas e meu irmão uma outra, e até disputávamos, para ver quem terminava primeiro. Depois de certo tempo, porém, já cansados, e sem mais interesse pela “brincadeira”, tentávamos apressar, para nos desincumbirmos logo daquela missão.

Curioso é que quanto mais semeávamos, mas, meu pai abria covas. O terreno parecia não ter fim, e a nossa paciência, ao contrário, já se findara há muito tempo.

Com o objetivo de acabar com as sementes que portávamos, jogávamos uma quantidade maior, nas covas, do que aquela que meu pai recomendara, mas, para surpresa nossa, quando se esvaziava a bacia que carregávamos nas mãos, com as sementes, ele nos dava mais e mais. E ainda insinuava que estávamos indo muito rápido, e que ele saberia se estivéssemos estragando as sementes.

Ficávamos intrigados, e imaginando como ele adivinharia, porém, fazíamos as nossas peraltices, na esperança de nos desocuparmos.

Numa ocasião, quando chegou o tempo da colheita, e voltamos lá na plantação com papai, ansiosos para colher espigas de milho verde, ele se voltou para nós, e disse carrancudo: vocês jogaram mais sementes do que eu mandei. Ficamos boquiabertos. Como ele sabia? Quem lhe contou? Será que o Curupira, que habita as matas, e protege a vegetação, havia dado com a língua nos dentes?

Ficamos constrangidos, porém ele, percebendo a nossa ingenuidade, tratou de esclarecer: disse-nos que, as sementes germinam e brotam, e a planta cresce, e que pela quantidade de pés, de feijão ou milho, nascidos em cada cova, ele avaliava a quantidade de sementes que ali foram plantadas. Sorria de nós, como se fossemos dois bobos, e éramos, pois, mal podíamos acreditar, que as próprias sementes, nos traíam.

Por muitos anos ele mexeu na terra: limpou, cuidou, plantou, e esperou chuvas com ansiedade, e viu rebentarem frutos. E quando colhia, se encantava, com a generosidade da terra, que dava sempre muito mais do que o esperado.

Por Socorro Melo

Feliz aniversário, Sr. Luiz! E que Papai do céu conceda-lhe vida e saúde, para que possamos desfrutar da sua companhia, por muitos e muitos anos.

Da nossa família, que muito o ama, com todo o carinho.

terça-feira, 27 de março de 2012

LAVADEIRAS


Imagem do Google

O dia mal clareava e lá iam elas, rumo ao barreiro do sítio Batinga. Juntavam-se, ao cantar do galo, debaixo do pé de jasmim, no fim da rua. Naquela hora, também os agricultores já estavam de pé, e selavam seus animais, arrumavam suas carroças, e se dirigiam para a lida.

Caminhavam a passos largos pela estrada de terra, onde aqui e ali se deparavam com touceiras de flores silvestres. Lá adiante, de um lado e de outro da estrada, se viam grandes pés de aveloz, e num determinado trecho, as árvores se juntavam nas copas e formavam um imenso túnel, sombreado.

Em cima de rodilhas, equilibravam nas cabeças suas enormes trouxas de roupa suja, e nas mãos, levavam bacias de alumínio, bolsas com sabão e água sanitária, a merenda e a quartinha de água potável.

Por vezes caminhavam caladas, e só se ouvia o som de seus passos, pisando nas pedrinhas da estrada, em outros momentos, falavam seriamente, e confidenciavam suas mazelas, e seus temores. Mas, normalmente, eram alegres, e corriam as estradas cantando refrões de algumas músicas populares.

No meio do caminho havia um riacho, de águas salgadas, e elas, retiravam as sandálias dos  pés, e o atravessavam pelo leito, já que não confiavam nas pedrinhas escorregadias que serviam de passarela para os que não queriam se molhar.

Depois do riacho, o caminho se estreitava, e elas prosseguiam agora em fila indiana. Endureciam a cerviz para se firmar, e manter a salvo a carga que levavam na cabeça. Riam de suas dificuldades, quando se sentiam enlaçadas por arbustos espinhosos, ou quando os insetos as rodeavam, já que as duas mãos estavam ocupadas. E quando finalmente chegavam ao lugar de destino, depois de caminharem de trinta a quarenta minutos pelo mato, só avistando, vez por outra, pequenos casebres a certa distância, paravam para abrir a pequena porteira, e continuavam ainda em fila indiana, em direção ao barreiro.

O barreiro era pequeno, e estava coberto por uma vegetação que elas chamavam de pasta. Arriavam suas cargas, e cada uma se dirigia a uma pedra, em volta do barreiro, munidas da roupa suja, e da bacia de alumínio, depois de pendurarem nos galhos das árvores, a singela merenda, e encostarem a quartinha ao pé das árvores.

Afastavam a pasta, e enchiam, com cuias, as suas bacias, e debruçavam-se sobre a roupa, molhando, ensaboando, esfregando, e batendo na pedra, até obterem a limpeza satisfatória, e depois as estendiam por cima de vegetação rasteira, até a hora do enxágüe.

Enquanto lavavam a roupa, distraíam-se entoando hinos religiosos...

“O meu coração, é só de Jesus”.

“A minha alegria, é a santa cruz...”.


“Vitória, tu reinarás”.

“Oh cruz, tu nos salvarás...”.

Quando terminavam a primeira parte, e se via ao redor do barreiro um imenso colorido, de roupas estendidas por sobre a relva, elas encaminhavam-se para debaixo das árvores frondosas, lá onde haviam deixado a merenda, e se deitavam  para descansar. Neste intervalo, cochilavam, conversavam, trocavam idéias, contavam seus sonhos, falavam dos maridos, da família, mas, principalmente da dificuldade financeira, pois, vivia-se um tempo de recessão, de carestia, e de uma seca cruel.

Não conheciam a situação econômica do país, e nem sabiam o que era isso. Os meios de comunicação eram escassos, e na vila onde moravam, só existia  um rádio, de propriedade de seu João, e apenas seus maridos, tomavam pé da situação: era assunto de homem. Entanto, sentiam na pele os efeitos da inflação. Na vila, a ocupação principal dos moradores era a agricultura, a produção da farinha de mandioca, e a fabricação de panelas de barro, que eram vendidas na feira da cidade.

Tinham necessidades, mas, ninguém passava fome, pois, quem possuía mais, dividia com os que não tinham nada, e assim, se colocava tudo em comum.

À hora da merenda, abriam suas mochilas bem alvas, bordadas à mão, que envolviam em sacos plásticos, e retiravam de dentro, pedaços de pão dormido, bolacha seca, rapadura, mata fome, bananas, laranjas, e carne seca com farinha. A água que traziam na quartinha era o acompanhamento do saboroso alimento que tomavam, depois de agradecerem a Deus por ele.

O sol já se fazia alto, quando elas voltavam às suas atividades. Retiravam todo o sabão das roupas, torciam, e novamente estendiam nas árvores, e aguardavam que secassem, para finalmente voltarem para casa. E quando voltavam, cansadas e caladas, com  o sol queimando-lhes a pele, já era bem tarde. E faziam seus planos, para na próxima semana se encontrarem, e voltarem. E longe de ser um sacrifício, aqueles eram momentos de interação e de fraternidade.

E dona Maria sorriu, voltando de suas lembranças, embalando-se na cadeira de palhinha, e observando a filha retirar da máquina de lavar, a roupa quase seca que colocara há tão pouco tempo, e que não lhe impedira de realizar outras atividades. Que diferença!- Pensou. A modernidade, de fato, simplificou muita coisa.

Por Socorro Melo
Projeto Cata-Vento

segunda-feira, 26 de março de 2012

E A FESTA CONTINUA...


 Presente da Elaine Averbuch


Oba!!! E a festa continua por aqui...


A Elaine Averbuch, do http://elaine-dedentroprafora.blogspot.com.br/ me presenteou com um lindo selinho comemorativo de aniversário do Blog.

Obrigada, querida Elaine, por sua gentileza, e seu carinho. O selinho ficou lindo, e eu adorei recebê-lo. São gestos como o seu, que me fazem acreditar no quanto os amigos virtuais são verdadeiros, e o quanto se preocupam conosco. Por isso vale a pena essa interação, por isso vale a pena celebrar essa caminhada.

Bem, quero então ofertar a todos os amigos e seguidores, o meu selinho de aniversário, e agradecer pela presença de todos que por aqui estiveram, abrilhantando essa festa.

Valeu, gente!

Convido a todos a  visitarem o Blog da Elaine, que é muito legal, cheio de novidades e matérias interessantes

Ah, e não esqueçam de levar o selinho, ok?

quinta-feira, 22 de março de 2012

HOJE TEM FESTA POR AQUI: 2 ANOS DO BLOG




Imagem do Google

Caro leitor e amigo,

É dia de festa aqui no meu cafofo. O Blog está fazendo dois aninhos: já começa a dar pequenas passadas, e sorri para o mundo... E tudo, graças a vocês, queridos leitores, seguidores e amigos, que vem aqui prestigiar.

Gostaria de ter feito um selinho comemorativo, mas, infelizmente não sei fazer, e só me resta agradecer a atenção e o carinho que vocês me dispensam.

Há dias que penso que não vou conseguir continuar, pois, são tantas as atividades, tantas as demandas, que o tempo escasseia, e preciso priorizá-lo, mas, se paro para pensar, descubro que já não sei viver sem este espaço, que tanto me ensina, e tanto me acalma.

No decorrer desses dois anos, fiz o que mais gosto: li, escrevi, e fiz amigos/as, e para mim, significa que a meta, a proposta do Seguindo Minhas Pegadas está sendo atingida.

Para vocês, com grande amizade, dedico o poema abaixo:


PEREGRINA

Eis que decidi: preciso mudar
Fazer diferente, beber de outras fontes
Ganhar as estradas, subir pelos montes
Pra ver e ouvir, e bem pouco falar


Eu quero aprender, da vida o melhor
Seguir as pegadas, dos grandes mestres
Enlevar-me na paz e silêncio campestres
E sentir toda força que tem o amor


E a grande conquista, que quero alcançar
É uma jóia formosa e de qualidade
É a tão almejada serenidade
E eu não vou desistir, até me apossar

E nas minhas andanças, em busca do bem
Pretendo deixar, junto ao pó da estrada
O orgulho e a vaidade exacerbada
Para não me ferir, ou ferir a alguém


Travarei grande luta, com um atroz inimigo:
Que é o meu egoísmo, traiçoeiro e insano
Que por vezes me faz parecer desumano
Mas vencê-lo é questão, de honra, vos digo

Sou, pois, peregrino, e vou para a lida
E quero, portanto, minhas mãos estender
E vou me doar e decerto acolher
Ao que sofre e que enfrenta as agruras da vida

Por Socorro Melo




terça-feira, 20 de março de 2012

O MATADOR


Imagem do Google



Sensacionalismo. Ele não deve ser tão mal assim. A impressa exagera, precisa disso para se manter – pensava eu, embora, no fundo, não quisesse encontrá-lo.

Ele era temido por todos: era um matador. Cada um se protegia como podia. Os noticiários alertavam sobre seus sinais, e instruíam sobre como combatê-lo.

As vítimas se sucediam. As estatísticas eram alarmantes, porém, eu pensava, negligenciaram, pois se tivessem usado bem as armas, ele não teria tido grandes chances.

O matador era implacável, e não escolhia suas vítimas: Idosos, crianças, homens, e mulheres de bem, ocupados ou não, eram por ele atraídos, e covardemente atacados. Sim, covardemente, pois, ele quase não se dava a conhecer, atacava à surdina.

Possivelmente ele tinha consciência da sua fama, que crescia assustadoramente, como também crescia o número dos por ele vitimados. Não mudava de estratégia, combatia às cegas, e era terrível com todos que cruzavam os seus caminhos.

Uns poucos que o tinham visto, falavam da sua indumentária, e diziam que mais parecia uma fantasia. Não tinha porte de guerreiro, pois era tão franzino que mal podia se acreditar na sua valentia. Envergonhavam-se os homens, de serem por ele vencidos, e de toda estrutura que precisavam montar para livrarem-se do seu veneno.

Enquanto ele, naturalmente, circulava, e se movimentava disfarçado em sua fantasia. Era alheio ao que os homens arquitetavam. Sua natureza era essa, estava apenas cumprindo o seu papel. Não se comovia com as lágrimas, ou com as dores.

Tomei as precauções para me manter distante dele, já que a propaganda era tão alarmante. Certo dia, porém, nos encontramos. Gostaria de dizer, que quando o vi à minha frente, tremi nas bases, o sangue me fugiu das veias, petrifiquei, ou coisa assim, mas, não foi o que aconteceu. Ele é discreto, covarde, dissimulado, e atacou-me à traição. Não o vi. Não sei onde se deu o encontro. Não sei se invadi o território dele ou se ele invadiu o meu, só sei que nos encontramos, e que as conseqüências desse encontro foram dolorosas.

Eu já não tinha o mesmo pensamento de antes, agora, achava que a imprensa deveria enfatizar melhor a sua periculosidade, pois, ele era realmente um terror. E o pior, era invisível. Dificultava o combate.

Naqueles dias após o nosso encontro, prostrei-me, impossibilitada de executar qualquer atividade. Minhas articulações enrijeceram, a temperatura oscilava, a pele queimava, as dores se sucediam... No meu leito de dor, eu apenas murmurava, e não conseguia comer com gosto os alimentos, isso quando pelo menos conseguia comer. Água, muita água, era o que me conferia certo alívio, pois, amenizava o fogo que me consumia. Escapei. Estropiada, mas escapei.

Passei a temer-lhe como o diabo da cruz, e de tudo fiz para evitar novo encontro, porém, ele de novo me achou, e mais uma vez, caí em sua cilada. Novo terror, nova dor, e agora um medo desmedido, pois, dizia-se que, ninguém escapava dele no terceiro golpe.

O terceiro golpe não aconteceu, pelo menos até agora, todavia, só de pensar em me deparar de novo com ele, tremo nas bases, pois, o  minúsculo mosquito da dengue, é uma arma mortífera.

Por Socorro Melo
Projeto Cata-Vento


quinta-feira, 15 de março de 2012

AMOR AOS PEDAÇOS - BLOGAGEM COLETIVA



Querido leitor,


Iniciamos hoje a Blogagem Coletiva Amor aos Pedaços, com o tema ENCANTAMENTO. Durante alguns meses, estaremos por aqui, a cada dia 15, trazendo a público, pedaços do nosso amor. Agradeço as idealizadoras, pelo carinhoso convite.


 
***

Março de 1973.

Querido diário!

Depois de um dia quente, de um sol brilhante, temos uma noite estrelada, e de temperatura amena.

Tenho algo importante para compartilhar com você, meu amigo e confidente, e espero, que pelo menos você, não ria de mim.

Estou até sem jeito, e nem sei ao certo por onde começar, mas... Bem... Enfim... Eu estou apaixonada!

Aliás, acho que o que sinto por Levi é mais que paixão é amor mesmo, e amor eterno.

Quem é Levi? - Você me pergunta.
É o menino mais fofo da Escola. E todas as garotas estão apaixonadas por ele, inclusive eu. Sou mesmo uma tonta.

Ele é tão lindo! Tem os olhos tão negros e brilhantes que mais parecem duas pérolas negras, e me deixa zonza cada vez que me olha.

Hoje foi um dia especial, e já considero um progresso o que aconteceu: ele aproximou-se de mim, na aula de matemática, e me pediu a borracha emprestada... Amigo, naquele instante, eu pensei que fosse desmaiar diante daquele sorriso tão maroto!

Levi é o garoto mais simpático e o mais inteligente da sala, depois de mim, é claro.

Eu estou descobrindo que o amor pode ser muito bom, e ao mesmo tempo muito ruim: Por que? Explico:
É bom saber que vou encontrá-lo, todos os dias, na Escola, porém, é ruim vê-lo conversar, animadamente, com outras meninas...  Ciúmes???

É bom quando ele me dirige a palavra, mas, é ruim a sensação de torpor que me invade quando ele se aproxima...  Idiotice.

É bom sonhar com ele, todas as noites, entanto, é ruim acordar e perceber que foi apenas sonho... 
Desespero.

Acho que estou ficando louca, pois, durmo e acordo pensando nele. E a sua lembrança, não sai da minha mente em nenhuma das horas do meu dia.

Penso que ele também me ama, pois, me olha com tanto carinho... Será? Já não sei de mais nada.

Encontrei-o na rua, dia desses, e antes que ele me percebesse, atravessei a rua e me escondi. As pernas bambearam, o corpo todo tremeu, as palavras fugiram da minha boca... Que idiota que eu sou! Como é que vou me deixar conquistar?

Amigo Diário, vê este papelzinho colorido? É de uma bala que ele me deu à hora do recreio, e vou guardá-lo aqui, entre suas páginas, que é o lugar mais seguro do mundo.

Ouvi uma música linda hoje, que se chama I Remember, do Grupo Pholhas, e adotei-a como a nossa canção. O que diz a letra? Ah, não sei, e nem importa, só sei que gosto da melodia e pronto.

Ai, Diário, meu amiguinho, vivo imaginando, e suspirando, com o dia em que Levi me tomará pela mão e me beijará com ternura... Será que vou sobreviver?

Já se faz tarde, preciso me recolher, mas, amanhã eu volto, pra contar as novidades do meu grande amor.

Tchau
Beijokinhas

Tininha 
 


quarta-feira, 14 de março de 2012

DIA DA POESIA


Imagem do Google


POESIA

Pensamento se derrama
Oh, indizível prazer!
Nesta arte que me inflama
E me faz enternecer

Que me permite voar
Pelo insondável infinito
E ver com um novo olhar
Como tudo é mais bonito

Descobrir no sofrimento
A essência verdadeira
Causando contentamento
É sua lição primeira

Falar de amor com alegria
De infortúnio ou tristeza
Ensina-me a Poesia
A fazê-lo com nobreza

Poesia é mais que arte
É um dom, uma missão...
É um doce baluarte
Das coisas do coração

Salve, Salve, a Poesia!
Linguagem de amor repleta
Da vida a pura magia
Enlevo para os poetas! 

Por Socorro Melo



quinta-feira, 8 de março de 2012

SALVE, MULHER!

Imagem do Google

Queridas amigas blogueiras!

Todos os dias, são nossos dias, pois neles fazemos com que a vida aconteça. Gerar vida é nossa especialidade, e isto o fazemos com grande maestria. Que todas as bênçãos sejam derramadas sobre nós, especialmente hoje, dia dedicado a nossa homenagem, tão merecida. Apossemo-nos de toda nossa força e coragem, e geremos um mundo novo, transmitindo aos nossos descendentes preciosas virtudes. Salve, Mulher!

MULHER

De sexo frágil chamada
Veja quanta incoerência
Pois pra sofrer fui talhada
E pra vencer insolência
E tornei-me emancipada
E sirvo de referência

Sou aquela que abriga
No ventre, a humanidade...
A flor que gera a espiga
Na santa maternidade
E que da cria mitiga
A dor e a adversidade

Detentora do poder
Afirmo que fui um dia
Mas de tanto enaltecer
A paz e a sabedoria
Fui usurpada porque
Dizem: governei com utopia

E calaram a minha voz
Usando de força bruta
E de sofrimento atroz
Passou a ser a labuta
De companheiro a algoz
Assim se deu a permuta

Hoje sou duas metades
Com olhares diferentes
Vivendo em realidades
De cultura ambivalentes
Em meio a disparidades
No oriente e no ocidente

Conquistei no ocidente
Igualdade de direitos
Sou tratada como gente
Porque imponho respeito
Porém luto bravamente
Pra se cumprir esse feito

No oriente não sou nada
Não gozo de liberdade
Submissa e escravizada
Apenas cumpro vontades
Sou carente... Mutilada
Sem rosto, sem identidade...

Mas penso que algum dia
Após lutas convergentes
Celebrarei com euforia
Por ser livre, e finalmente...
Provar da doce magia
De ser mulher... De ser gente!

Por Socorro Melo

segunda-feira, 5 de março de 2012

ESPELHO



Espelho

Olhar-se no espelho era a sua mania
E sonhava, portanto, em ser linda mulher:
Os traços suaves e a melancolia
Tornavam-lhe o semblante digno de fé

Trançava os cabelos encaracolados
E com laço de fita os enfeitava
Fechava os olhinhos amendoados
E nas asas do sonho se elevava

O espelho era o amigo de todo instante
Por ele aos poucos se conhecia
Com ele sonhava com mundos distantes
E entre caras e bocas feliz se fazia

E a tão serelepe menina cresceu
E contou ao amigo que se apaixonou
Mas o seu grande amor não correspondeu
E uma lágrima triste o espelho notou

Contanto um dia o mundo ganhou
E os pés a levaram ao mundo sonhado
E o espelho paciente lhe acompanhou
E a viu construir o projeto almejado

Mas também viu a dor e o sofrimento
A dura batalha, a perda e a fé...
A força, a coragem, o despojamento:
A graciosa beleza daquela mulher

Que um dia se olhou e se viu refletida
E viu que o tempo suas marcas deixou
Mas deu-lhe o saber e a ternura da vida
E um grande sorriso ao amigo esboçou.

Por Socorro Melo



quinta-feira, 1 de março de 2012

UM TESTAMENTO DIFERENTE


Imagem do Google

Olá, meus queridos amigos e amigas!

Recebi este texto por e-mail, gostei muito, e resolvi compartilhar. Desconheço a autoria, mas, seja lá quem for o autor, foi muito feliz em sua criatividade.

Show da língua portuguesa!
'Um homem rico estava muito mal, agonizando. Pediu papel e caneta. Escreveu assim:

'Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres. '
Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava a fortuna? Eram quatro concorrentes.

1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:

Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres.

Moral da história:

'A vida pode ser interpretada e vivida de diversas maneiras. Nós é que fazemos sua pontuação.

E isso faz toda a diferença.

***

Paz e Bem!