Pegadas de Jesus

Pegadas de Jesus

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

VIVENDO O HOJE


Já não sofro pelos meus sonhos desfeitos, nem pelos castelos que desmoronaram no ar. Vejo-os, agora, como degraus, que me elevaram a um patamar mais alto, na escada da maturidade. Viver, depois disso, passou a ser um deleite, porque eu aprendi, entre outras coisas, a simplesmente apreciar a minha própria companhia. Hoje, me sinto verdadeiramente dentro de mim. (Socorro Melo).

FELIZ NATAL, MEUS AMIGOS E AMIGAS!

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

ROSQUINHA ALEMÃ


Resolvi ignorar a minha inaptidão, e arrisquei-me a seguir à risca a receita de
rosquinha alemã, que estava estampada na caixinha de Maizena (amido de
milho). Parecia fácil, e com aquele Manual de Instruções, não tinha como errar.
A boca já se enchia d'água ao imaginar as rosquinhas crocantes com uma
 xícara de café.

Pus um avental, dispus os utensílios e ingredientes sobre a mesa, e meti a mão
na massa, literalmente.
Juntei tudo conforme o “Modo de Fazer”, mexi para lá e para cá, percebi que a
consistência não era boa, estava meio amolecida, pus um pouco mais de
massa, aí ficou endurecida, um pouco mais de leite, mais mexidas, amolecida...
Mais massa... Endurecida... e quando dei por mim, não conseguia retirar de
minhas mãos aquela gosma. Aliás, não era massa, era uma cola superpotente.
Não desgrudava de minhas mãos, nem da panela.
Virei o fundo da panela para cima, e nada, a gororoba desafiava a força de
gravidade. Tentei fazer um biscoitinho, com o que tinha nas mãos, mas, a coisa
grudenta não descolava, e de repente, me deu um pânico, uma sensação de
impotência, ou de incompetência, e saí correndo, vociferando, a lavar as mãos,
procurando me livrar daquela substância incógnita que eu havia criado, quando
inocentemente e de boa vontade, só desejava fazer rosquinha alemã.

Por Socorro Melo

terça-feira, 26 de novembro de 2013

DOCE LEMBRANÇA


Não me lembro de ter  me alegrado  com a chegada de alguém, tanto quanto a dela. Na verdade, todas as suas chegadas, eram inéditas.

Ressurge à minha mente, de forma bastante nítida, a cena que por tantas vezes eu vi: ela despontando no começo da rua, caminhando lentamente e a passos miúdos.

Trazia na cabeça uma sacola, e uma outra na mão. Até hoje não sei como conseguia manter o equilíbrio, dado que a sacola da cabeça era bem pesada. E não sei qual era o segredo para caber tanta coisa naquelas sacolas.

Esgueirava-se pelas calçadas, sempre procurando o lado da sombra.

Quando meus olhos a avistavam, todo o meu ser virava uma festa. Pulava e corria de contentamento, e muitas vezes passei pela  janela de casa, para ir ao seu encontro. Pegava a bagagem que ela trazia na mão, e seguia à sua frente, eufórica, arrastando, literalmente, a sacola, que parecia enorme, devido a minha pouca idade e constituição física.

Quando ela adentrava as portas da minha casa era como se o próprio Deus, em pessoa, tivesse nos dado a honra de nos visitar.

Corríamos, meu irmão e eu, a mexer nas sacolas, a procura dos presentes: as guloseimas que ela nos trazia. Nada tinha de luxo nos seus presentes. As mais das vezes eram frutas: mangas, jabuticabas, e outras, que ela colhia do seu próprio roçado.

Ficava conosco o fim de semana, e durante todo esse tempo, não saíamos da sua presença, esquecíamos das brincadeiras, porque nada era tão agradável quanto os seus afagos.

Quando chegava a segunda-feira, era terrível, nunca nos acostumamos a isso, ela partia, e levava consigo nossos corações. Chorávamos por um bom tempo, na esperança de assim trazê-la de volta. Mas ela partia, e quando menos esperávamos, voltava, despontando lá na esquina, no começo da rua.

Fui crescendo, tornei-me adolescente, depois jovem,  mas,  por muito tempo essa cena se refez. A emoção era sempre a mesma.

Que saudades da minha avozinha querida! Um dia ela se foi e não voltou nunca mais.

Por Socorro Melo


domingo, 24 de novembro de 2013

PAI, CHEGUEI!


Dia desses, minha irmã, que é da equipe de acolhida, recepcionava as pessoas que iam chegando para a Santa Missa, enquanto entregava o jornal da liturgia.

Aí, chegou um senhor, muito simpático, que respondeu alegremente a sua saudação. No entanto, quando ela estendeu-lhe a mão para entregar o jornalzinho, ele falou assim:

- Precisa não, moça, o jornalzinho não, pois eu não enxergo quase nada, mesmo com óculos. Quando eu chego aqui, apenas me ajoelho, e falo assim: Senhor, Zé chegou!

Achei fantástica esta história. A simplicidade sempre me encanta. Quantas vezes tentamos elevar a Deus preces bem feitas, orações emocionantes, palavras bonitas, que nem sempre saem do coração.

Deus é simples. E para agradar a Deus, basta amar, de verdade. É muito mais profundo dizer, em poucas palavras: Senhor, eis-me aqui! O que significa: Senhor, Zé chegou!

Que tenhamos sempre essa consciência, ao tratarmos com Deus. Diante dele não precisamos dizer nada, bastando ficar quietos, em profundo silêncio interior. Na presença dele contemplemos, adoremos, e deixemos que ele nos envolva com o seu amor.

Senhor, Zé chegou! O Senhor conhece o Zé, desde que o gerou, nas entranhas de sua mãe. Desde que soprou-lhe nas narinas o espírito vivificante... O Senhor sabe o que o Zé pensa, o que carrega no coração, quais são suas alegrias e tristezas, necessidades e intentos.

Zé chegou, e o Senhor o recebe de braços abertos, do alto de sua cruz, porque se Zé está ali, é porque o reconhece como Pai, e todas as semanas, normalmente no mesmo horário, eles têm um encontro marcado.

Pai, cheguei! É isso que quer dizer o Zé, com sua oração simples. E, com certeza, o Pai se alegra, pois, não há nada mais gratificante, compensador e sublime, do que um Pai ver um filho seu adentrar as portas de sua casa.

Por Socorro Melo

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

A TEMPESTADE

Minha mãe era minha heroína. Sempre fora. Para mim ela era imbatível. E nem mesmo os meus super-heróis preferidos igualavam-se a ela. E naquela correria, lutando contra os efeitos da tempestade, ela me parecia sobrenatural. Mas, de repente, ocorreu um fato em que tive de rever meus  conceitos a respeito da coragem de minha mãe.

Já não bastando a tempestade, apareceu por lá uma cobra, trazida pelas águas da chuva. Quando minha mãe a viu, desmoronou, mas não fez escândalo algum. Colocou-nos sobre a sua cama e pôs-se a procurar a cobra que, de repente, sumira de sua vista. Ela estava calada, porém, trêmula e assustada. Ficou brava quando um de nós desceu da cama. E pôs-se na busca da cobra, dificultada pelo aguaceiro e pela bagunça em que estava toda a casa, que era coberta de telha de barro.

Encolhidos sobre a cama, tremíamos de medo da cobra e da tempestade. Eu, na minha inocência, fiquei feliz que o animal tivesse desaparecido, achava que tivesse ido embora, e não via sentido em minha mãe procurá-lo. Mas, ela insistia, e armada de um cabo de vassoura, vasculhava cada canto e recanto da casa.

Repentinamente a cobra apareceu na porta do quarto onde estávamos, no momento em que minha mãe a procurava noutro cômodo. Fizemos um escândalo, é óbvio. Ela veio em nosso socorro, quando a cobra já tinha adentrado o quarto, arrastando-se para debaixo de um móvel. Pôs-se a cutucá-la com a ponta do cabo de madeira, e a bater nela sem piedade, quando a cobra, tentando se defender, foi em sua direção. Minha mãe, aterrorizada, mas firme no seu propósito, subiu na cama e continuou a golpeá-la. A cobra se retorcia, sangrava, dava pequenos botes, porém desfalecia pouco a pouco, até que minha mãe esmagou-lhe a cabeça. Se não fosse uma cobra, creio que teria me escandalizado com tamanha violência. Consumado o ato, mamãe permaneceu sentada na cama, com os braços pendentes, sem forças, mal segurando o cabo da vassoura, melhor, a arma do crime. Depois de instantes, respirou aliviada e saiu para beber um copo de água. Voltou refeita. Recolheu os restos mortais da cobra e os jogou fora.

Curiosa como sempre fui, e admirada com a bravura da minha mãe, pois, ela acabara de reassumir, com mais força, o seu papel de heroína no meu pensamento, perguntei: - Por que a senhora continuou a procurá-la? Sabia  que ela estava aqui? E ela respondeu que a cobra é um bicho traiçoeiro e peçonhento, e que se aproveita da nossa ingenuidade e displicência para dar o bote. Que animais assim devem ter a cabeça esmagada, pois, se ferir-lhes apenas o corpo são capazes de se arrastarem e cumprirem seu intento: picar e destilar o veneno. E nesse interim, a tempestade também passou, trazendo-nos a bonança.

Por Socorro Melo (Projeto Cata-Vento).

sábado, 2 de novembro de 2013

O JANGADEIRO


Meus familiares se animaram, vendo a experiência das outras pessoas que atravessaram o rio, com a água na altura do pescoço, e resolveram atravessar também, porém, existia um grande empecilho: eu. Eu devia ter uns oito anos naquela ocasião. Então, de comum acordo, resolveram que a minha travessia seria de jangada. Eu, ainda agarrada na saia da minha mãe, tremendo de medo por mim e por eles, desatei a chorar. Não queria ir na jangada, sozinha, sem a minha mãe. E não concordava que ela enfrentasse aquele rio impiedoso. O jangadeiro, vendo meu dilema, reforçou as palavras de minha mãe: não há o que temer as águas já baixaram... E se elas voltarem? – perguntei. Não voltam mais, elas estão indo para o mar. – E se vierem outras? – Insisti. Faremos nossa passagem bem rápida, falou o jangadeiro, não dá tempo de elas nos alcançarem. Senti tanta firmeza nas palavras daquele homem. Ele me transmitiu tanta segurança, que até aquele instante,  só minha mãe tinha o dom de fazê-lo. Então fui. O jangadeiro, que era um conhecido da família, segurou minha mão, me pôs no colo, e me conduziu até a jangada. Fiz um pequeno escândalo quando ele alcançou o rio, pois, me parecia que ia nos tragar, e nos arrastar, como fizera com as árvores e o lixo, que eu vi descer tão rapidamente. Mamãe aproximou-se e tentou me acalmar.

Dai a instantes, estava eu sentada na jangada, que balançava sem parar. O frio era cortante, e comecei tremer  não sei se de frio, ou  se de medo.  O jangadeiro enrolou-me com uma lona, e disse para eu fechar os olhos, por um momento, que quando os abrisse, já estaríamos do outro lado. Não consegui seguir o seu conselho. Eu precisava ficar de olhos bem abertos para monitorar os passos de minha mãe, que desajeitadamente, com água acima da cintura, se debatia, juntamente com minha avó e tio, e outros passantes, que tentavam fazer a travessia, lutando contra a forte correnteza.
O jangadeiro via minha preocupação, e meu medo, e tentava me acalmar. Conduzia a embarcação com bastante habilidade, mas, vez em quando, uma lufada d’água vinha em nossa direção, por sorte a lona me protegia. Ele ria e fazia anedotas, e se dizia capitão de grande navio. Chamava-me de senhorita e perguntava se estava gostando da viagem, então eu sorri, e relaxei ouvindo as suas histórias mirabolantes.  Era um homem rude, como podia ter tanta habilidade para lidar com crianças, numa situação daquelas?  Não sei, só sei que me deixei absorver por suas histórias, e de repente já me via aportando do outro lado do mundo, segundo ele. E pra minha surpresa, o outro lado do mundo era a nossa margem de destino. Quando me retirou da jangada, olhou pra mim e disse: viu? Chegamos são e salvos. Eu sou ou não sou um bom capitão? Balancei a cabeça afirmativamente, sorri, e fui ao encontro dos outros que se aproximavam.


 (Socorro Melo, Projeto Cata-Vento).

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

QUE OUSADIA!


Já pretendi mudar o mundo (que ousadia)! Tentei entender sua política, sistemas e ideologias, mas, me decepcionei... Percebi, então, que melhorando a mim mesma a cada dia, estou contribuindo, inevitavelmente, para a construção de um mundo melhor.

Socorro Melo

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

SAUDADES

Penso sempre naquele menino, que teve impedida a sua caminhada... Dono de um belo rosto, e de um sorriso encantador. Era alegre, sapeca, destemido, desafiador.
Meu amiguinho só tinha doze anos. Passou meses travando uma luta ferrenha contra o câncer. Foi valente, mas, perdeu a batalha. Uma perda que me marcou profundamente. Por dias pensei na efemeridade da vida, no porquê de mortes assim, tão prematuras.
Já faz tanto tempo. Hoje ele seria um homem. Mas, continua vivo no meu coração, porque a morte não tem o poder de destruir o amor.

Socorro Melo

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

SERÁ POSSÍVEL?

Ambiente de pobreza não significa necessariamente ambiente de infelicidade. O que torna o ambiente hostil é o mau exemplo. Como dói saber que existem pais, que são desonestos, e ainda compartilham dessa desventura com os filhos.

Socorro Melo

domingo, 20 de outubro de 2013

PENSE NISSO


A enfermidade, que tanto tememos, é uma possibilidade singular de encontro com Deus. Diante dela, dissipam-se todas as ilusões, e passamos a enxergar a dimensão espiritual da vida.

Socorro Melo

terça-feira, 15 de outubro de 2013

ESTAMPIDO


Como descrever o que senti? Não encontro palavras que o façam fielmente, mas, vou tentar.
Contei com o elemento surpresa, que não sei se foi positivo ou negativo. Entanto, convenhamos que tenha sido positivo.

A sensação foi horrenda. Nunca havia sentido nada igual. Sabe o que é se sentir no olho do furacão? Penso que deve ser assim.

Estava eu feliz, serena, prestando atenção em algo importante, de valor inigualável, quando de repente, ouviu-se um estampido, atemorizante, ensurdecedor...

Fui tomada por uma sensação de morte. Elevei as mãos à cabeça, instintivamente, e tinha certeza de que a mesma iria se abrir em duas bandas, qual melancia talhada. Tapei os ouvidos, olhei desnorteada à minha volta, abismada, esperando o sangue escorrer por entre os meus dedos. Era o fim. Senti nas mãos, que dos cabelos se desprendia um pó escuro, e fiquei no aguardo do líquido viscoso, que felizmente não veio. Foram minutos intermináveis.

Penso que as vibrações atingiram o máximo de dB(decíbeis) que um ser humano pode suportar... 
Por instantes houve uma chacoalhada dentro da minha cabeça, onde parecia que se chocavam cartilagem, escafa, tímpano, martelo, bigorna, estribo, cóclea e labirinto, numa turbulência vertiginosa de ciclone.

Senti-me desequilibrada. E confesso que só agora descobri que o sistema auditivo é responsável pelo equilíbrio do corpo (acho que perdi essa aula de Biologia).

A causa? A explosão de um fogo a poucos centímetros da minha cabeça.

Não houve ferimentos. Não há sequela aparente, apenas um certo desconforto.

A grata certeza de que a piedade divina, na figura do meu anjo da guarda, está a postos, me alegrou, e a ele dedico uma explosão de merecidos agradecimentos. Valeu, amigão! Obrigada por mais essa. Um dia lhe darei um grande e afetuoso abraço por tanta proteção.

Paz e Bem a todos!

Socorro Melo

segunda-feira, 14 de outubro de 2013


Dentro de cada casulo existe uma crisálida, uma borboleta, se preparando para nascer.

Algumas conseguem, antes de nascer, transpor parte da barreira, e por pequeno furinho, observar o mundo, em que logo, logo, vão viver... E se encantam com a luz do sol, com as flores, seus perfumes e suas cores...

Quem dera, que entre nós, houvesse muitas "borboletinhas" assim, atenciosas, que pudessem enxergar antecipadamente a vida maior, a que somos chamados...

A fé nos garante isso, a certeza da realidade que ainda não se vê. Pensemos nisso. Tenhamos fé.


Paz e Bem!

Socorro Melo

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

TODA VIDA É VIDA


TODA VIDA É VIDA

Que coisa estranha! Se toda vida é vida, por que pensamos que uma vida é melhor que outra vida?

Por que pensamos que os nossos critérios de decidir quem vai viver está correto, em detrimento de quem vai morrer? Quem é nocivo deve morrer, sem piedade, e quem não é, deve viver. Mas, se tudo é vida... Tudo criatura...

Será que quem é nocivo aos nossos olhos, não pode ter sua utilidade? E quem nos parece inofensivo não tenha também sua nocividade?

Ai, que dúvida! Dúvida?

De relance, vi a sombra se mover, numa rapidez vertiginosa. Não deu tempo de ver o que era. Passou-se um dia. Dia seguinte vi, pela segunda vez, mover-se ligeiro, e não tive dúvida, era o que eu pensava.

Preparei as armas. Coloqueia-as a postos. Horas mais tarde ouvi o disparo. Corri ao encontro, achando que o meliante tinha sido pego, mas, para minha surpresa, lá jazia outro, que não deveria morrer, e que me deixou penalizada e com tanto remorso, que fiquei remoendo a questão, e reconsiderando meus valores.

A ratoeira havia capturado um passarinho...

Por que, me perguntei (e ainda me pergunto) posso matar o rato e não me sentir culpada, e sofrer tanto com a morte do passarinho?  Se toda vida é vida...

Por Socorro Melo

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O BOI DE BIU

O Boi de Biu. Já ouviu falar? Foi o menor bloco carnavalesco do mundo. Ouvi rumores de que vai para o Guines. Torço para que seja verdade, pois, é um tributo bem merecido, a quem foi perseverante por tantos anos, numa terra onde o carnaval só existe na folhinha do calendário.
Com chuva ou com sol, o Boi estava na rua, nos dias de carnaval, na cidade “fantasma” de Belo Jardim, no Estado de Pernambuco, minha terra. Digo fantasma porque no Carnaval, a cidade se esvazia, visto que grande parte da população se retira, para o litoral e/ou outras localidades. Mas os poucos que ficavam, podiam se enternecer e se distrair um pouco, vendo o bloco passar.
O bloco era composto basicamente por Biu, seu idealizador e presidente, o Boi, a atração principal, e um punhado de moleques das ruas por onde passava. Na verdade eu desconfio se a atração principal era mesmo o Boi, ou se era Biu.
Biu era uma dessas pessoas que se costuma chamar, ou rotular, de simplórias. Para mim ele era simples. Tinha seu jeito singular de ser, jeito de gente, cheiro de povo. Não se importava de parecer ridículo, e na verdade não era, e nem dava atenção para as chacotas.
A cada Carnaval, o Boi inovava. Nunca se apresentava sem uma pequena mudança, por mais imperceptível que fosse. Era um boi colorido, cheio de brilho, cheio de vida, da vida de Biu, que lhe imprimia alegria. A orquestra que os acompanhava se resumia apenas num atabaque, que enchia com sua cadência as ruas por onde o cortejo passava. Cortejo? Bem, não era assim um corteeeejo, pois houve ocasiões em que desfilavam apenas Biu e o Boi.
Este ano Biu se foi, fez a grande viagem. O Boi ficou órfão. Dizem que no seu leito de morte Biu fez um pedido: que não deixassem de botar o Boi na rua... Talvez seja chacota isso, mas, é bem próprio de Biu.
A simplicidade encanta. E Biu encantou. Biu, e o Boi. Na terrinha, não há quem não fale com carinho dessa dupla. Cada um sabe contar um pequeno fato ou uma situação inusitada que aconteceu, e situações inusitadas e engraçadas era o que não faltavam a esse bloco surpreendente. E o povo sorria e aplaudia.
Biu se foi, o Boi ficou. Mas o Boi não existe sem Biu. O Boi foi o sonho de Biu, sua melhor construção. Nele realizou-se e registrou sua marca na cultura do  povo. Deixou o seu exemplo de perseverança. Foi aquele que acreditou e nadou contra a corrente sem nunca largar o sonho.
Se for verdade, e não apenas rumor, se O Boi de Biu, o menor Bloco carnavalesco do mundo for, de fato,  para o Guines,  será eternizado, e será conhecido do mundo todo. A simplicidade encanta e surpreende.
“ Os últimos serão os primeiros”, disse um grande sábio, que também foi simples.
Abre alas, minha gente, abre alas que o Boi de Biu vai passar, para a história da humanidade. Eu até posso imaginar a satisfação de Biu, o seu sorriso de triunfo, por entender que fez a diferença por aqui, que plantou alegria, para que tantos colhessem os frutos da saudade. Olha o Boi de Biu aí, gente!

Por Socorro Melo


sábado, 7 de setembro de 2013

FALANDO DE PAZ

Mais assombrosa do que a cena trágica de morte, das vítimas de arma química, na Síria, foi a compreensão do quanto é possível ao homem ser cruel e desumano.

Estremeci diante dessa re-descoberta. Senti medo.

Eu tinha minhas ilusões a respeito do ser humano...

Como é possível, em pleno século XXI, depois de todo progresso conquistado pela humanidade, de tanta modernidade, tanta tecnologia, ciência, recursos sofisticados, meios de comunicação diversos, diplomacias, o ser humano tender a resolver suas questões através da força das armas, como bárbaros?

Quantos jovens e crianças perderam a vida? Quantos inocentes, vítimas da ganância e do orgulho humanos? Que insensatez! Que tristeza!

O mundo jaz nas trevas do paganismo moderno e crescente. Deus parece que não se faz mais necessário, foi descartado. Os poderosos, que deveriam ser líderes do seu povo, são os opressores. Consideram-se auto suficientes, imbatíveis...

Não consigo compreender tanta dureza de coração. Não consigo conceber um mundo sem amor... sem Deus.

Se o homem é auto suficiente, por que precisa de armas para governar? Nem mesmo é capaz de dialogar... Por que tudo é explicável, tudo é possível, menos aceitar Deus? Por que essa possibilidade assusta tanto os homens?  Deus não é entrave, é resolução. Quando Ele governa a justiça acontece. O mundo jamais terá paz enquanto dominado por homens ambiciosos, frios e calculistas. O governo dos homens sempre será autoritário, tirano, egoísta... Será que é tão difícil compreender isso?

O mundo tem sede de Deus. E somente Ele é capaz de libertar o homem da brutalidade e da ignorância.

De quanto desenvolvimento e conhecimento (Científico,Tecnológico, Político) a humanidade se orgulha, todavia é lamentável a pobreza moral, ética e humana em que tragicamente se consome.

Por que Deus permite que tudo isso nos aconteça? Porque escolhemos assim. Esse é o produto da nossa liberdade, da nossa opção de vida, que quer afirmar que Deus está ultrapassado, que é desnecessário. Que pena! Os horrores que vemos são consequências da trajetória equivocada que as sociedades tem percorrido.

Nem a vida humana tem mais valor, até ela é banalizada. Infelizmente, os frutos que teremos a colher são desses a piores.

Rezemos pela paz do mundo continuamente, e que  Deus nos ajude a sermos instrumentos dessa paz!


Por Socorro Melo

segunda-feira, 29 de julho de 2013

UMA MULHER CHAMADA MARTA

«Uma mulher chamada Marta recebeu Jesus em sua casa»
Dia de Santa Marta - 29 de julho
«O que fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes» (Mt 25,40). […]
Tu, Marta –, com tua licença o direi, e bendita sejas pelos teus bons serviços – buscas o descanso como recompensa do teu trabalho. Agora estás ocupada com muitos serviços, queres alimentar os corpos que são mortais, embora de pessoas santas. Porventura, quando chegares à outra pátria, poderás encontrar um peregrino a quem hospedar, um faminto com quem repartir o pão, um sequioso a quem dar de beber, um doente a quem visitar, algum litigante a quem reconciliar, algum morto a quem sepultar?

Lá, não haverá nada disso. Que haverá então? O que Maria escolheu: lá, seremos alimentados e não daremos alimento. Lá, há-de cumprir-se em plenitude aquilo que Maria aqui escolheu: daquela mesa opulenta, ela recolhia as migalhas da Palavra do Senhor. Quereis saber o que haverá lá? O próprio Senhor o diz a respeito dos seus servos: «Em verdade vos digo, que ele os mandará sentar à mesa e, passando no meio deles, os servirá» (Lc 12,37).
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja 
Sermão 103, 1.5; PL 38, 613 (trad. breviário 29/07)
***
Muito profundas as palavras de Santo Agostinho. Essa promessa de Lc. 12,37 é simplesmente estarrecedora. O nosso Deus servindo seus servos? Quanta humildade e quanto amor! Louvado seja o Senhor que é misericórdia infinita!




quarta-feira, 24 de julho de 2013

Recado

Meus amigos, e minhas amigas,


Informo que ainda não me é possível visitá-los. Estou sem computador. Vez em quando pego carona no de alguém, quando surge a oportunidade, como agora, mas, a expectativa é de que no próximo mês este problema seja solucionado. Assim espero.

Agradeço  IMENSAMENTE aos que não me esqueceram, e que vêem sempre aqui prestigiar este humilde espaço com seus calorosos comentários. Gracias.

Um grande braço a todos! Paz e Bem!

domingo, 21 de julho de 2013

ESTIVE EM CANINDÉ - CEARÁ

Três horas da manhã. Madrugada fria de dezesseis de julho. E lá fomos nós, sonolentos e animados rumo a Canindé-CE, para um encontro de fé, com São Francisco das Chagas. Enquanto o micro ônibus deslizava na pista, observávamos, nas sombras, os contornos das árvores que iam ficando para trás. 

Poucas horas depois, vislumbrávamos, de nossas janelas, encantados, a aurora boreal, com sua luz dourada que, aos poucos, ia pincelando as cores e afastando as sombras da noite.

E assim, continuamos nossa jornada, cantando e nos preparando para o nosso destino.

Nos quatrocentos quilômetros de nossa viagem, tivemos um problema, e ficamos a tarde inteira, sentados na praça central de Juazeiro do Norte, aguardando a manutenção e correção do nosso transporte. Foram horas cansativas, de ansiedade, pois iam de encontro aos nossos planos. Porém, nos animamos, e às vinte horas, retomamos a nossa romaria, sob um céu estrelado e uma lua brilhante... Numa estrada solitária e inquietante. Rezamos, cantamos, sorrimos... Até que o cansaço nos venceu, e mais uma vez, sonolentos, nos recostamos nos nossos assentos em busca de repouso.

Às quatro horas da manhã, chegamos a Canindé. Nos hospedamos em Pousada simples, sem muito conforto, depois de mais de vinte e quatro horas de viagem: verdadeira peregrinação.

Dia seguinte, bem cedo, lá estávamos nós, depois de uma refeição simples, feita às pressas, no nosso quarto, a postos, para vivenciar o nosso sonho de conhecer a Basílica de São Francisco, para agradecer a Deus, que por intercessão do Santo de Assis, acolheu as nossas preces, e a de tantos peregrinos que para lá se dirigem durante todo o ano.

Canindé. Cidade pequenina. Lugar de oração. Tudo gira em torno da fé. A Basílica de São Francisco, majestosa, imponente, ergue-se no centro da cidade, e nos convida a adentrarmos. No seu interior, nos envolve uma grande paz. É como se o próprio Francisco estivesse ali nos recebendo...

Emoção. Diante do sacrário, de Jesus na Eucaristia, e da imagem de São Francisco, no altar mor da Basílica, com seu jeito humilde e doce, que nos cativa e nos atrai.

A Basílica é linda. assemelha-se às igrejas da Europa. Os vitrais, as imagens antigas, os móveis, os quadros, as pinturas... Simbologia que nos reporta ao verdadeiro sentido de nossa fé. Nossa igreja é linda, é diversificada, e eu aprendi a amá-la e respeitá-la, e a entender as expressões do sagrado nas obras de arte, criadas e inspiradas pelo povo de Deus.

Visitamos a Casa dos Milagres. Pelas imagens fotográficas,  pela quantidade de peças retratando partes do corpo humano, imagens fortes, pelas mensagens de agradecimentos, conhecemos a dor do povo, mas também a fé, e especialmente a vitória, o acolhimento divino, expressados nos ex-votos... Lindo!

Fomos ao Zoológico de São Francisco, um ambiente agradável, arborizado, bem cuidado, e com muitos animais, entre eles: Leões, Tigres, Ema, Cutia, Porco do Mato, Cobras, Araras coloridas, Macacos, etc.

O Museu, que fica próximo ao Zoo, é uma viagem pelo passado. Quantos objetos, sacros ou não, móveis, máquinas, artigos indígenas, moedas, armas, utensílios domésticos, instrumentos musicais, esculturas em madeira, mármore, etc., nos fascinam à medida que tentamos imaginar a realidade dos tempos idos de suas utilidades...

Perambular no centro de Canindé, tentando encontrar um souvenir que se pareça com cada um dos nossos amigos queridos, é outra aventura sem par...

A cidade oferece uma boa estrutura, para receber os peregrinos. Quem não pode pagar hospedagem, pode ficar nos abrigos, bem estruturados, que a cidade dispõe, para acolher os romeiros.

A maior estátua de São Francisco, com mais de 30 metros, vela pela cidade, de certo ponto, com suas mãos estendidas, chagadas, abençoando quem lá chega, com o coração aberto e movido pela fé. 

Canindé, a nossa Assis latina. Maior peregrinação franciscana, depois de Assisi-Itália. Um celeiro de bênçãos, um lugar onde podemos refletir sobre nós mesmos, a quanto anda a nossa humildade. No encontro com os romeiros de São Francisco, os pagadores de promessas, com seus hábitos meio desengonçados, velhos, crianças e jovens, todos felizes por estarem ali, assim como fui eu, agradecer por uma (entre tantas) graça recebida, percebemos o rosto de Cristo, o Cristo presente, que sofre, mas que espera,na misericordiosa bondade de Deus, que tudo pode, e que aos humildes cumula de bênçãos. Obrigada, Senhor, pela minha vida, pela minha saúde, minha família, meu trabalho, e todos os benefícios que me dispensas. Obrigada, meu Pai Seráfico, São Francisco das Chagas, de Assis, dos pobres, dos necessitados... Obrigada porque fui a Canindé, e lá encontrei singeleza e beleza, como tudo que é próprio de Deus. 

Conheça você também, e veja pela sua própria ótica, Canindé.

Paz e Bem a todos que por aqui passarem!

quinta-feira, 20 de junho de 2013

SONHO DE RESSURREIÇÃO


Diante do trono, da real Majestade
Ricamente adornado... Eu vi uma luz
E um anjo a cantar, melodias suaves
Ao Nome do Rei, o excelso Jesus

Beleza tão grande, jamais pude ver
Vi campos dourados, vi mananciais
Vi brotando a vida no amanhecer
Pois o Criador não se cansa jamais

Estrelas brilhantes, e noites de lua
Jardins carregados das flores mais belas
Semblantes felizes, e paz pelas ruas
Ausência de guardas e de sentinelas

Senti um aroma meio adocicado
E uma brisa leve minha pele roçou
Era tanta a beleza... Fiquei deslumbrado
E a iminente chegada, alguém anunciou:

Eis que vos chega, o grande Senhor!
E um forte alarido foi notificado
Diante do trono se ouviu o louvor
Àquele que vive, ao ressuscitado!

Um gozo indizível minh’alma sentiu
Ao ver tanta glória e tanto esplendor
Pôs os olhos em mim, e sereno sorriu:
Só então compreendi, a excelência do amor.

Não acreditei que fosse pra mim
Tão doce sorriso, tamanha atenção
Mas pelo meu nome, chamou-me, enfim
Eu, dentre tantos, na multidão...

Socorro Melo

sábado, 8 de junho de 2013

MOMENTO POÉTICO

ESTRANHA DOR


Invadiu-me sutilmente
Uma estranha e imensa dor
Talvez se chamasse mágoa
Ressentimento ou rancor...

Instalou-se na minh’alma
No recanto mais profundo
E espalhou agonia
Descolorindo meu mundo

Desfez a minha alegria
Oprimiu meu coração
Perdi a paz, a energia...
Enchi-me de solidão

A dor cruel e malvada
Que causou tanta aflição
Só foi um dia, sanada:
Pela força do perdão.

Por Socorro Melo


sexta-feira, 17 de maio de 2013

A FESTA DA PROFESSORA


Ah, que saudade do meu cantinho, e dos meus amigos! Como me fazem falta!
Meus queridos amigos e minhas queridas amigas, paz e bem a todos!
Sintam-se abraçados pelo carinho da minha amizade... 

Deixo-vos uma história, baseada em fato real, que muito me emociona, e que tanto me ensinou.

A FESTA DA PROFESSORA

Nunca me sentira tão humilhado. Eu era só uma criança, e nem sabia o que era, de fato, humilhação, mas, sentia algo ruim, que me deixava triste, impotente, inquieto e ansioso... E aquilo me incomodava.
Interceptei a professora no corredor, quando ela dirigia-se á sala de aula:
- Professora!
Ela se voltou e parou para me escutar.
- Quero dar-lhe os parabéns pelo seu dia. Eu gosto muito da senhora.
Sorrindo ela agradeceu e afagou-me os cabelos. Com a mão conduziu-me à sala de aula, mas eu parei e disse que não podia ir.
- Por que não Severo? – Perguntou.
Eu tentei inventar uma história, mas, com nove anos, e acostumado a dizer a verdade, acabei confessando:
- É que hoje, a turma vai dar-lhe uma festa, em comemoração ao dia do Professor.
- E você não quer participar?
- Bem, querer eu até quero, mas não posso.
- E por que não? - Perguntou interessada.
- É que eu não pude dar a minha contribuição para a festa. Coube-me trazer um quilo de açúcar, mas, minha mãe me disse que não podia disponibilizar toda essa quantia, pois, faria falta em casa.  Por isso os colegas não me deixaram entrar na sala, para a festa. E eu a aguardei no corredor, para lhe parabenizar.
A professora olhou-me terna e longamente, enxugou algumas lágrimas que surgiram repentinamente dos seus olhos, deu um sorriso, e perguntou:
- A festa é pra mim?
- É – Respondi.
- Então venha comigo.
- Obrigada professora, mas, não posso. Não me deixarão entrar.
- Venha comigo Severo, disse ela, pois se não deixarem você entrar, eu também não entro.
E guiou-me pelo corredor em direção à sala...

Eunice era o seu nome. Nome de anjo. Será mesmo que existe algum anjo chamado Eunice? Bem, pra mim ela era um anjo sim, e isso bastava. Sabia da minha precária condição financeira, e de outros tantos colegas. Talvez por eu ser espirituoso, alegre, brincalhão, mas acima de tudo dedicado aos estudos, ela me tinha grande estima. Sempre me presenteava com lápis, borrachas, cadernos, e até livros... Curioso é que esses presentes normalmente chegavam quando o meu material estava se findando. Eu entendia, na ocasião, que ela lia meus pensamentos, e por isso sabia das minhas necessidades. Não alcançava a idéia de que a maturidade e as experiências da vida trazem sabedoria.
Entramos na sala, eu e a professora, de cabeça erguida. Na verdade só ela estava de cabeça erguida, pois eu estava cabisbaixo, esperando o momento de ser enxotado da sala, o que não aconteceu. Os colegas apenas riram e disseram que eu era “peixinho” da professora.
A festa ocorreu em clima de alegria, e a professora aproveitou o momento para nos contar uma história. Essa história enaltecia a grandeza da acolhida, e principalmente, a da partilha sincera, da superação do egoísmo. Falou-nos de solidariedade. Agradeceu a homenagem e ficou ali, conosco, degustando os doces e salgados que foram feitos tão carinhosamente para ela..
Devorei suas palavras como se fosse um manjar, e a admirei ainda mais, pois, naquele momento, ela incutiu na minha mente e no meu coração, que o meu valor como pessoa humana consiste no que eu era e não no que eu tinha.
O seu gesto de amor dissipou a humilhação que eu sentira, e ensinou-nos a grandeza do amor ao próximo. Àqueles que antes me impediram de entrar, vieram ao meu encontro, e me pediram perdão. Perdoei facilmente, como toda criança. Entanto, nunca me esqueci desse episódio de minha vida.
Muitos anos se passaram: trinta anos... Talvez mais. E hoje, eu a encontrei na rua. Caminhando a passos lentos, mas firmes, elegantes. Os cabelos já totalmente brancos, conferindo-lhe um ar de sabedoria. E dirigiu-me o mesmo olhar de ternura, e o mesmo sorriso, próprio daqueles que sabem amar. Fiquei emocionado, quando a abracei. E fiquei a pensar em como é grandiosa a missão do educador, pois, além da transmissão do conhecimento, tem a oportunidade de auxiliar na formação do caráter do educando, na elevação da sua auto-estima, repassando a primordial assertiva, do valor da pessoa humana.
Eunice... Será mesmo nome de anjo? Talvez...


sábado, 2 de fevereiro de 2013

ATÉ LOGO!



Olá, amigos e seguidores!


Finalmente pude vir aqui, justificar o meu sumiço. A minha prolongada ausência deu-se por muitos motivos, menos por falta de vontade, de interagir com vocês, pois, este “convívio” me é agradável por demais.

Estimo que ficarei ainda por algum tempo sem possibilidades de interagir com vocês, porém, assim que puder, eu volto.

Não se trata de uma despedida, mas de um até logo. Mesmo assim quero vos dizer que aprendi muito com o que cada um dos meus amigos, e seguidores, contribuiu para com o meu crescimento, nesta troca saudável de informações e sentimentos. Agradeço a cada um em especial, por prestigiar o meu humilde espaço, e torná-lo mais atraente, com os comentários carinhosos e inteligentes.

Acresci à minha Agenda, já em 2012, alguns compromissos significativos, e que demandam um tempo considerável, e que por esta razão, não disponho mais de tempo livre, visto que o que me sobra é para as atividades domésticas (risos), e para completar, estou sem computador. Entanto, digo-lhes que nunca estive tão satisfeita em minha vida, pois, estes compromissos novos justificam qualquer cansaço, e consiste na realização de projetos bem antigos, que finalmente Deus me chamou a executar.

Eu vou, mas eu volto, assim que puder...

Fiquem com Deus!

Paz e Bem!


"Eu segurei muitas coisas em minhas mãos e eu as perdi; mas tudo que eu coloquei nas mãos de Deus eu ainda possuo."  (Martin Luther King)