Pegadas de Jesus

Pegadas de Jesus

quarta-feira, 29 de março de 2017

EU SÓ QUERIA CONVERSAR...




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Sinto falta de alguém pra conversar...

Conversar sobre tantas coisas...

Sobre a vida, e mesmo a morte!
Sobre as flores e os jardins
Sobre a lua e as estrelas
Sobre a dor, o sofrimento, e o amor...

Eu só queria conversar...

E deixar fluir meu sentimento
De ternura,
De paz,
De indignação,
De justiça,

Eu só queria conversar...

Conversar, e sorrir!
Até mesmo gargalhar
Lembrar de coisas passadas
Fatos antigos
Saborear a saudade
De momentos que não voltam mais

Eu só queria conversar...

E sentir a cumplicidade
Nos olhos que me olhassem
E ouvir palavras amenas
Que sossegassem meu coração
E me envolvessem num aconchego
De ternura e suavidade
Pra que não me sentisse tão só

Eu só queria conversar...

Quem sabe até pra chorar
E deixar cair com as lágrimas
O meu grande pesar
Aquilo que me incomoda
Que me faz tanto mal
E ouvir palavras doces
De esperança e de fé
E me sentir protegida
Segura e amada...


Por Socorro Melo

quarta-feira, 22 de março de 2017

FELIZ ANIVERSÁRIO, BLOGUITO!

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Sempre  achei fascinante a Arqueologia. Na verdade, os achados arqueológicos, pois, eles contam a história da humanidade.

Penso que ser arqueólogo demanda muita imaginação. Fico pensando em como eles montam o quebra-cabeças a partir de objetos tão pequenos, às vezes insignificantes para nós, leigos.

Mas, entendo que não há como a escrita para elucidar a história.

Pensando nisso lembrei-me de alguns filmes que vi quando criança, sobre escritos achados dentro de garrafas boiando nas águas. Eu achava aquilo fantástico. Sempre sonhei em um dia encontrar uma garrafa, com uma mensagem de grande importância para a humanidade, e nem sei como, pois, moro a quilômetros do mar.

Um dia  fizemos na Escola uma tarefa em que consistia em escrever uma mensagem, que seria enterrada num determinado lugar, para que fosse encontrada por outras crianças, talvez dali a cinquenta anos. Estas mensagens iriam dar as futuras crianças uma noção de como vivíamos em nosso tempo. Não me lembro mais qual a Escola e muito menos onde foi escondido o baú com as mensagens.

Bem, estava pensando… A Internet é um grande tubo, recheado de mensagens e de informações… Quase todo mundo tem seu espaço na Rede. O que postamos fica registrado.

Façamos de conta que a Rede é uma grande garrafa, onde todos nós podemos deixar nossos recados para o futuro. Alguém vai ler e vai conhecer nossa história, e um pouco de nossa personalidade, dependendo do que escrevamos.

Tudo isso pra dizer que hoje é 22 de março, aniversário do meu querido bloguito. É, parece bom, o bloguito pode ser a minha garrafa, onde vou deixar uma singela mensagem pro mundo, escondida dentro do tubo-Rede.

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São sete anos de atividade. Nele registrei momentos de grande emoção, de expectativas, de humor, de poesia, de frustração, de ganhos e de perdas. Interagi, sonhei, escrevi, escrevi, escrevi…

Ele é tão simples. Nada tem de extraordinário. Nada que chame a atenção. Nenhuma matéria bombástica, mas, é meu fiel escudeiro.

Se alguém aparece por cá, é muito bem vindo. Tem sempre uma mensagem de quem sonhou e sonha muito na vida, que é agradecida, feliz, e que teve oportunidade de amar. Alguém que escreveu com o coração, que se emocionou com uma canção, que apreciou a natureza, contemplou as estrelas, e vive numa busca constante de Deus, eu.

O bloguito é o passatempo favorito, é o lugar das escrivinhações, de brincar de poesia, de conectar com o mundo, passando sempre a ideia da beleza e da nobreza de sentimentos e de valores.

Sete anos! Parabéns a nós bloguito! E plagiando uma amiga blogueira, a Elvira, digo sem sombra de dúvidas: você pretende ser um espelho de mim mesma!

Obrigada leitores, amigos e seguidores, por esta gostosa parceria. Hoje é dia de festa, vamos cortar o bolo, tomar o champanhe e comemorar, pois, muitas águas ainda vão rolar por aqui, se Deus quiser. E num dia qualquer do futuro, alguém vai achar a garrafinha e vai se espantar que tenha existido alguém que amasse  a vida tanto quanto eu.

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Um jeito meio louco de comemorar aniversário, rsrsrs


Por Socorro Melo

terça-feira, 21 de março de 2017

DIA INTERNACIONAL DA POESIA




MENSAGEIRA





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Sentada ficava a dócil menina, ao redor da mesa,
Nem mesmo falava, apenas sorria, com singeleza,
Com mão muito firme, olhar bem atento, as linhas traçava...
E em derredor, quieto e feliz, o senhor aguardava.

Às vezes, a menina parava a mãozinha pra questionar,
Que mais o senhor, naquela cartinha, queria informar...
Num belo sorriso, de dentes tão brancos, quanto a sua alma,
Tecia um rosário e se repetia, mas com muita calma.

A menina acenava e a tudo acolhia com atenção,
E traçava as letrinhas, apondo as notícias, com emoção...
Os casos contados, recados passados, e tantas lembranças...
As dores, promessas, saudades, problemas e...  Esperanças! 

Da gente querida, da casa singela, de telha de barro, e chaminé...

Ficaram as lembranças. E uma bem preciosa é a do aroma do puro café!

Por Socorro Melo

Parabéns a todos os poetas, que têm o dom de trazer à vida a beleza, a nostalgia, a humanidade e a esperança!

quinta-feira, 16 de março de 2017

NEBLINA EM FIM DE TARDE



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Aprecio fins de tardes. Eles exercem um poder sobre minha sensibilidade. Deleito-me com o belo que deles advém.  Hoje vivi uma tarde inesquecível, digna de nota. Não porque tenha sido soberba ou extraordinária, mas , porque foi simples e encantadora.

Éramos doze, e íamos conhecer um lugar especial, fruto de um projeto sonhado junto.

Vivenciamos uma manhã produtiva, compartilhada,  e agora deslizávamos pista à fora rumo ao nosso cantinho.
Adentramos por uma estradinha de terra, e enquanto avançávamos, nuvens de chuva mudavam as características do tempo.

Em poucos instantes caía uma chuva fina.

A estrada era ladeada por cercas de madeira com arame farpado, e de um lado e outro víamos os rebanhos pastando e o mugido dos animais. O verde já coloria parte da vegetação, atingida severamente pelos sete anos de seca na região.

Avistamos ipês amarelos,  jasmins brancos, flamboiãs, e outras espécies de flores silvestres que íam ficando para trás enquanto seguíamos nosso caminho. A névoa nos envolvia cada vez mais.

Passamos pelo Riacho do Mel, subimos a Serra do Sapato, até finalmente desembocarmos em Várzea Grande, nosso destino. Ficávamos imaginando, e tentando adivinhar, o porquê do nome de cada um desses sítios.

De um lugar alto, tínhamos a visão geral do terreno que fomos visitar. Era amplo e acidentado e enriquecido por grandes árvores, algumas frondosas. Víamos cajueiros, umbuzeiros, e mais algumas que não saberia nominar.

A chuva se intensificou, o que não nos desestimulou. Percorremos o imenso terreno com alegria e espírito de aventura, sem nos importar com a lama, com o frio, ou o que quer que fosse. Sonhávamos juntos com o nosso projeto, e apontamos para cada direção em que imaginamos devam ser construídos os futuros prédios.

O silêncio era a riqueza daquele lugar, só quebrado pelas nossas próprias vozes, ou pelas vozes da natureza. A chuva cessou, porém a neblina se intensificou.

No caminho de volta víamos apenas as sombras das árvores, dos animais, e das casas. Tudo estava coberto de branco. Uma chuva fininha se fazia ouvir, de forma harmoniosa, numa cadência mais que perfeita. Era uma visão mágica. Um quadro pintado pelo Criador. Um mimo  para os nossos olhos. Um fim de tarde que  Deus nos concedeu a graça de apreciar o belo, o inestimável. Um fim de tarde envolto em neblina.

Por Socorro Melo, 12 mar 2017


quinta-feira, 2 de março de 2017

BAMBOLÊ

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Eu olhava admirada as minhas amigas brincando de bambolê, e sentia uma certa inveja, porque eu, de todas, era a única que não conseguia girar o bambolê em volta do corpo, com aquela desenvoltura e graciosidade.  Não levava o menor jeito. Não tinha ginga. Não tinha jogo de cintura.

Tentava, tentava, mas, era um tanto desengonçada, diria mesmo que parecia uma estaca, e o bambolê em minhas mãos perdia toda graça, todo encanto.

Nunca consegui, nem mesmo quando adulta, na Academia.

No entanto, fui aos poucos desenvolvendo um outro tipo de jogo de cintura, uma outra ginga, que me fez vencer muitos obstáculos, superar muitas situações estressantes e constrangedoras, um jeito todo especial de lidar com as pessoas.

Pessoas são diferentes. Cada uma é um mundo, apesar de terem todas muito em comum. Esta foi a minha melhor sacada. Inconscientemente comecei a estudar cada tipo, cada comportamento, cada reação, e assim pude desenvolver uma  maneira toda especial de tratar a todas e a cada uma.

Pessoas são únicas na sua essência. E não gostam de ser apenas “uma na multidão”. Gostam de serem identificadas, valorizadas, reconhecidas, dignificadas.

Saber chegar até elas, lapidá-las, compreendê-las, exige tempo e paciência. Umas são dóceis, escancaradas, leves, outras são como ostras, fechadas, mas guardam pérolas dentro de si, outras são atraentes, chamativas, algumas amargas, chatas, superficiais, enfim.

O meu laboratório mais rico foi o ambiente de trabalho. Aliás, os vários ambientes de trabalho. Pessoas de toda sorte chegavam por lá. Era uma diversidade surpreendente de tipos. Relacionei-me com um incontável número, direta e/ou indiretamente.

O quotidiano me ensinou a pisar em cada terreno sem medo. Por vezes fui incompreendida, mas, na grande maioria bem acolhida. Uns passaram como um vento, sem deixar marcas nem lembranças, outras guardo no coração com ternura e gratidão. No entanto, todas, construímos algo juntos.

Resumindo, para acolher pessoas, é necessário conhecer suas individualidades, suas características, suas habilidades, seus pontos fracos e seus pontos fortes, ou simplesmente enaltecê-las.

Não retrucar sem fortes argumentos.Saber calar. Acatar as ideias. Saber convencer. Elogiar. Aconselhar. Apontar erros sem humilhar. Dividir tarefas. Sabe ouvir. Perdoar ofensas. Ser solidário nas situações mais críticas. Prezar pela arte da boa convivência. Para isso precisa-se de ginga, de jogo de cintura.

Penso que fui um pouco bambolê na minha vida profissional, e acho que esse foi o principal papel de toda minha jornada, pois, angariei muitos e bons amigos. 

Por Socorro Melo