Pegadas de Jesus

Pegadas de Jesus

segunda-feira, 10 de agosto de 2015





Blogagem Coletiva proposta por Norma Emiliano, em comemoração aos seis anos do seu Blog http://pensandoemfamilia.com.br/

Muito grata, Norma, pelo convite, e parabéns pelo Blog que tem uma proposta bonita e digna, de compromisso com a família. Eis a minha história...


DE  CARRO A PATOS...


Eu tinha 20 anos. Participava do Rotaract, o clube de jovens do Rotary Club, da minha cidade Belo Jardim, em Pernambuco.
Naquela ocasião nós, do Rotaract Club, iríamos participar de uma Convenção Distrital que aconteceria na cidade de Patos, na Paraíba.
Eu não conhecia Patos, e estava animadíssima para esse evento, tanto por conhecer a cidade, quanto pelas expectativas do encontro, pois, tudo era novidade, eu apenas começara a descobrir o mundo.
Chegou o dia, e lá fomos nós.
Na véspera da viagem, as meninas do grupo,  dormimos na casa da nossa amiga Júlia, de onde sairíamos pela madrugada, junto com os rapazes, rumo ao nosso destino. Na verdade nem conseguimos dormir, de tanta emoção. Rimos e conversamos muito, e às três da manhã, partimos.
Seguimos pela BR 232 em direção ao sertão de Pernambuco, para num determinado ponto, entrar na Paraíba, só que tomamos um atalho, para ganhar tempo, e ao invés disso nos perdemos, e rodamos por muito tempo sem se quer ver uma vivalma e sem ter noção de onde estávamos. Era o tempo da Copa do mundo de 1982, da Espanha, e depois de rodar tanto sem saída achávamos que não tardaria para que Madri aparecesse à nossa frente. Brincávamos para manter a calma, pois, já começávamos a nos preocupar com a possível falta de combustível. Depois de muito tempo, chegamos à estrada principal, a BR.
A hora já estava avançada, e talvez não conseguíssemos chegar para abertura do evento, onde deveríamos nos apresentar. Prosseguimos animados. Em Monteiro, na Paraíba, quando o sol já estava alto, o carro se chocou com uma coluna de ferro e cimento. Por sorte não nos ferimos, mas, o susto foi grande, e ainda perdemos um pouco mais de tempo tentando nos desvencilhar dos policiais rodoviários que faziam inúmeras perguntas e tencionavam segurar o carro que ficara um pouco amassado, entanto, com nosso tradicional jeitinho brasileiro conseguimos convencê-los, era só um amassadinho de nada. E lá fomos nós cortando o sertão da Paraíba.
Chegamos tarde, cansados e com muita fome. Perdemos a abertura do evento e o café da manhã. Porém, o encontro estava animadíssimo, com muitos jovens, muitas atividades, música, bandeiras, cores, coreografias, etc.
Passados os momentos de contrariedade, tudo se normalizou. Fomos alojados, almoçamos, descansamos e à tarde voltamos para a plenária. Foi o primeiro evento de grande porte que eu participei. Fiquei um pouco deslumbrada com tudo. Nunca viajara para tão longe... Nunca participara de um encontro com tanta gente,  com jovens de várias cidades, de quatro estados diferentes...  Nunca havia escutado palestrantes tão bons e tão dinâmicos, além dos meus professores... Eram tantas as atividades, as brincadeiras, as dinâmicas, os jogos, que o tempo parecia voar... E houve um campeonato de futebol de salão, e o nosso time masculino foi chegando de mansinho, e se classificando. Era um timizinho fraco, sem perspectiva, mas, na noite daquele sábado se tornou um gigante e se  classificou para a grande final na manhã seguinte. Tinha vencido outros mais expressivos, mais agressivos, e conseguiu se impor e sonhar com a taça daquela Convenção.
E para coroar àquele dia, ainda faltava algo acontecer: à noite, acordei com muito barulho no alojamento feminino, e um entra e sai de mulheres correndo pro WC, e mesma coisa acontecendo com os garotos no alojamento masculino. As filas dos sanitários eram quilométricas, pois, alguma coisa estragada no jantar, havia causado toda aquela confusão, que ainda assim, tornara-se ocasião de divertimento para os jovens. Fui dos poucos que escaparam desse vexame.
Dia seguinte, domingo, último dia da Convenção, entre outras coisas, eu estava ansiosa para o jogo. Torci muito pelo meu time, incentivei, pulei e gritei na arquibancada, e quando menos se espera, meu time sofre um pênalti, e aí foi o nosso fim. Amargamos o segundo lugar.
Fiquei  amuada, como dizemos aqui no Nordeste. Triste demais. Zangada com os meninos. Indignada com aquela perda irresponsável. E aí, sentei-me em algum lugar perto da Quadra do Ginásio de Esportes, curtindo minha raiva, quando a Júlia bateu essa foto. Todos tentavam me consolar, mas, eu, dura na queda,  por um bom tempo permaneci assim, bicuda.
A volta pra casa foi tranquila...  E só sei que foi assim... Há 33 anos...


(Socorro Melo)


8 comentários:

chica disse...

rsssssssssss....Cada uma ,não? Adorei a história dessa foto! Valeu! belos momentos de risadas e compensam até a tristeza pelo jogo perdido! bjs, chica

Roselia Bezerra disse...

Olá, querida Socorro
Gostei muito de ler sua história e de ver que, entre altos e baixos, vamos construindo um futuro bem melhor... bicudos ou não, rs...
Bjm fraterno

pensandoemfamilia disse...

Oi querida Socorro.
Grata pela participação e tão interessante relato de tempos idos e vividos com intensidade. Uma bela aventura. bjs

Jeanne Geyer disse...

olá, estou conhecendo os participantes da blogagem coletiva da Norma, gostei mt do teu cantinho e já te sigo. te convido a conhecer o meu, bjs


http://mentesinfantisfuturodapaz.blogspot.com.br/

Toninho disse...

Que história interessante Socorro.
Imagino a farra destes jovens nestas embaixadas estudantis.
Apesar do fracasso final do time ficou uma lembrança e uma historia com aprendizado que a derrota é possível, mas que devemos levantar a cabeça e prosseguir.
Uma boa lembrança.
Uma semana de paz e alegrias a voce.
Meu terno abraço.
Faz tempo que não venho por aqui.

Verena disse...

Gostei imensamente do seu relato, Socorro.
Obrigada pela gentil visitinha.
Deixo um abraço amigo.
Verena e Bichinhos.

Socorro Melo disse...


Agradeço a todos que por aqui passaram.


Grande abraço
Socorro Melo

Ailime disse...

Oi Socorro, estou ausente no sul do meu Pais e vim visitá-la!
Sabe que eu tinha comentado aqui ainda em casa.. Alguma coisa da Net se passou.
Agradeço muito o seu comentario e fico feliz por já ter visitado Portugal e visto um pouco do meu rio.
A sua historia apesar dos contratempos é de uma riqueza enorme! Nas adversidades ganhamos força para enfrentar o futuro!
Nessa epoca eu tinha acabado de entrar nos trinta;))!
Como o tempo passou rápido e a idade a voar mais lesta que folhas ao vento!
Grande beijinho e bom fim de semana.
Ailime