Pegadas de Jesus

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quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

JANELAS




Imagem da Net



É conveniente abrir as janelas. O ambiente precisa ser arejado, agradável, habitável... Janelas são sempre espaços de saída, de libertação, de inovação. Até mesmo as janelas da mente.

Eu tenho quatro janelas que considero especiais. Todo mundo tem.

A janela rosa, guarda a parte de mim que todo mundo conhece. Nela não há segredos. Está sempre escancarada. 

A janela amarela é aquela onde estão guardadas as coisas que só eu sei, eu e Deus, ninguém mais. Ela fica sempre fechada, exceto quando, esporadicamente é açoitada por algum vento forte.

A janela marinho, todo mundo conhece, menos eu.

A janela azul, somente Deus conhece, nem eu. Ela guarda o meu mistério. 


É mais ou menos assim que imagino a minha dimensão psicológica, baseada, claro, em conceitos da própria Psicologia. Mas, não é de conceitos que quero discorrer, pois, nada entendo sobre eles, quero apenas considerar que as imagens utilizadas são bastante apropriadas. É assim mesmo que eu sou. 

A janela rosa torna visível a forma como eu me comporto e atuo no mundo. Deixa à mostra os meus gostos, prazeres, crenças, lutas, aspirações, dores, sofrimentos, superações, conquistas, vitórias. Qualquer um pode fazer uma imagem de mim, conforme o que se vê da minha janela.

A janela amarela, como disse, só eu tenho acesso. Vez por outra, quando uma emoção forte a açoita, ela me deixa entrevê coisas que eu nem gostaria. São meus traumas, são meus fracassos, minhas incapacidades, minhas perguntas sem respostas, meus medos, meus pecados. A minha miséria, é o que guarda essa janela amarela. E quando ela abre pequenina fresta, eu sou invadida por grande inquietude, indignação,  tristeza. Enfim, ela traz à tona aquilo que está no meu inconsciente, àquilo que quero esquecer, que preciso cuidar, para que não seja pedra de tropeço no meu caminho, e que não venha impedir a minha escalada. A Psicologia a chama de janela killer.

A janela marinho é a parte de mim que o mundo conhece, e eu não. Eu não tenho como saber o que as pessoas pensam de mim, que imagem fazem de mim, quais são os seus julgamentos ao meu respeito. Aquilo que eu faço, ou digo, pode ser recebido ou entendido pelos outros de forma bem diversificada da minha real forma de pensar ou de compreender. Eu não tenho como saber, sinceramente, o que é que eu sou para os outros, mesmo que de alguma forma se manifestem.

A janela azul, anil, da cor do céu, é a janela de Deus, aquela que só Ele conhece, que guarda o mais precioso de mim, o mistério de quem sou eu verdadeiramente. Esta também é fechada, mas, tem uma vidraça que, de vez em quando, me deixa entrever através do véu, alguns sinais que me indicam como me conhecer melhor, e como fazer essa experiência com Deus. Considero sagrada essa janela. Talvez por que o mistério sempre nos encante. É aqui, diante do mistério, que vislumbro o que almejo, é aqui que deposito minhas grandes esperanças, é aqui que as dúvidas se aquietam, é aqui que ouso crer que sou muito mais do que penso, e que o meu ser vai alem dessa jornada. É aqui, nessa janela, que vislumbro um mundo melhor que me faz arregaçar as mangas e começar construí-lo, desde já. Esta é a minha janela da fé.

Por Socorro Melo

4 comentários:

pensandoemfamilia disse...

Interessante a forma com que descreve as suas janelas, mas fica nítido que a sua fé alicerça as demais.
Bjs

Gracita disse...

Oi Socorro
Você fez uma exímia definição das suas janelas e todas elas são elencada pela sua grandiosa fé. E ao ler o seu relato vamos fazendo uma análise das nossas próprias janelas
Beijos e uma linda tarde

Elvira Carvalho disse...

Um texto muito interessante. Nunca tinha encarado a minha pessoa dob esse ponto de vista, mas eu não tenho um décimo da sua fé.
Um abraço

Socorro Melo disse...


Olá,meninas! Obrigada pela visita!

Ah, gente, minha fé é tão pequenininha, queria eu ter uma fé grandiosa, madura...

Mas, seja como for, ela é o meu maior tesouro.

Um grande abraço a todas. Paz e bênçãos!