Pegadas de Jesus

Pegadas de Jesus

terça-feira, 22 de junho de 2010

ALAGAMENTO


Rua onde moro


Rua próxima


Rua próxima


Rua próxima


Sexta-feira, 18 de junho de 2010.
Acordei tensa, pois, nesse dia, meu marido faria uma cirurgia e eu iria acompanhá-lo. Era uma cirurgia simples, mas, Hospital sempre me deixa ansiosa e amedrontada. Ele saiu logo cedo, pois, deveria ser internado a partir das 7 horas da manhã. Planejei trabalhar pela manhã, uma vez que a cirurgia estava marcada para as 16 horas, e após o almoço, me dirigiria ao Hospital.
Tivemos uma semana inteira de chuvas, porém, nessa noite, choveu torrencialmente. Pela manhã, quando saia para o trabalho, aproximei-me do portão da minha casa e ouvi muitas vozes na rua, e um estranho movimento, para aquela hora do dia. Abri o portão e tive uma grande e desagradável surpresa, estava ilhada. Minha casa, na qual moro a apenas seis meses, fica próxima de um braço do rio que corta a cidade, e esse dito braço, estava transbordando. As ruas próximas estavam alagadas, e as pessoas tentavam salvar seus pertences. Conversei com algumas que foram vítimas do alagamento, e fiquei penalizada demais com aquela situação. A água ficou um pouco distante da minha casa, por ela se encontrar num lugar mais alto, porém, a preocupação com os outros me fez sentir tão vítima quanto eles. Segundo as informações, o volume de água das chuvas daquele dia (e noite), foi muito maior do que o que chovera no mês inteiro. Senti uma sensação horrível, de insegurança, e mais uma vez, aprendi que na vida não podemos planejar nada, pois, tudo é imprevisível. Não fui trabalhar, como havia programado, e durante longas horas fiquei pensando naquelas pessoas aflitas, correndo de um lado pra outro, tentando salvar suas coisas. No dia seguinte, a mídia noticiava e contabilizava os estragos provocados pelas enchentes nos estados de Pernambuco e Alagoas. Houve muita destruição, várias cidades foram atingidas e as pessoas perderam tudo, inclusive suas casas. Aqui em Pernambuco os rios que transbordaram foram o Ipojuca, Una e Sirinhaém. Felizmente não houve riscos de vida na minha rua, mas, houve vítimas nas cidades mais atingidas. Por volta das 10 horas da manhã a situação estava quase contornada, no entanto, os prejuízos continuaram pra quem viveu aquele drama. Refleti muito sobre a imprevisibilidade da vida, a fragilidade humana, e concluí que a única coisa que temos de certeza na vida, é a incerteza. À tarde fui ao Hospital, desanimada, triste, mas, levantei a cabeça e contornei a situação. A cirurgia foi tranqüila, tivemos um excelente atendimento, e mais uma vez agradeci e agradeço a Deus por nos conduzir e nos proteger, e também por todos aqueles que nesse momento amarguram seus sofrimentos, suas perdas, para que sejam assistidos pela solidariedade de todos, mas, principalmente, pelas ações de Governo.

Fotografias: Ewerton Felipe

2 comentários:

Anônimo disse...

Isso foi realmente terrível, essas coisas, quando acontecem, nos colocam pra pensar na vida e nos seus infortúnios, nas surpresas desagradáveis que ela nos reserva. E haja coragem pra lidar com isso.

Querida, estou de volta e com a pilha renovada. Beijos pra ti e ótimo dia,

^.^ Ana Clara ^.^ disse...

Puxa, Socorro, lamento que passe poristo. Tenho acompanhado pelas notícias o que está acontecendo no Norte/Nordeste, na China, na França, onde as águas vem impiedosamente cstigando as populaçoes.
Tomara que fiques bem, junto aos seus todos, e muitas melhoras ao seu esposo, que logo volte ao convívio tranquilo e feliz no lar.
Beijos, menina, fica bem, sempre.