
O Grito
Meu maior medo??? Da morte.
Eu sei. Juro que senti. Ela estava lá.
Foram minutos eternos, que sorveram o passado e o futuro.
Não havia cor. As cores sumiram.
Só a branca nefasta, daquele quarto de hospital,
e a cinza da minha alma.
À minha frente, em meio ao vai-e-vem dos jalecos brancos,
um rosto pálido, lábios sem cor, se esvaindo... se contorcendo de dor...
era o meu amor!
Nenhuma palavra,
Apenas sussurros,
Que agonia!
Um farfalhar de jalecos brancos
E ninguém percebia
A dor da minha alma,
Que se abatia.
Então, eu senti...
Aquela presença,
Invisível,
Horrenda...
Ela estava lá
Pairando no ar...
Aproximou-se de mim,
Meu corpo tremeu
E o negro da sua cor
Quase se materializou.
Um hálito nauseante,
Um vento gélido, uivante
Naquele quarto a se espalhar.
Um grito dilacerante,
Quebra o silêncio, ofegante...
Ó Deus, POR FAVOR, isso não!
Um corre-corre de jalecos brancos,
Um vai-e-vem de aparelhos,
Um fio de esperança...
Ai! Como eu queria não estar lá ...
Seria um pesadelo?
Não, não era um pesadelo
Era real.
O corpo tremia,
As mãos suavam,
O coração se apertava.
E eu sentia...
Ela ainda estava lá.
Aquela presença,
Invisível,
Disforme,
Não havia como não notar.
E ela esperava,
Serpente traiçoeira,
Pronta pra arrebatar.
E naquele instante, eterno...
Quando parecia,
Que ela venceria...
Dos olhos ressecados, brotaram lágrimas
E no fim do túnel, brilhou uma luz...
A luz da VIDA!
E ela se foi...
Mas, eu juro, juro que senti...
Ela estava lá!
(Baseado em uma situação real).
Blogagem Coletiva – Sentimentos e Emoções (Medo) , proposta pela Glorinha L de Lion, do http://cafecomglorinha.blogspot.com/
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