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Anteontem, à noite, 25 de março de 2010, quando já estava me recolhendo pra dormir, uma matéria na TV Brasil, no Programa Caminhos da Reportagem, me chamou a atenção, e dispensei alguns minutos para ouvir. A reportagem era sobre a Guiné-Bissau, na África. Trata-se de um país muito pobre, ex-colônia de Portugal, que tem se esforçado para se recuperar da devastação causada pelas ditaduras e guerras civis. Falava-se sobre a história do país, o idioma (português), a geografia, a cultura, seus credos, política, economia e educação... Educação. A taxa de analfabetismo é muito alta no país, o ensino é precário, falta recursos como material escolar, professores e infra-estrutura. Fiquei pasma quando vi a realidade da educação daquele país, indignada, é o termo correto. Mostrou-se uma escola, numa Aldeia, uma construção de taipa de mão (pau-a-pique), coberta de palha, chão de barro, com parte da construção em ruínas. As crianças, uma turma de vinte e oito, levavam seus banquinhos de madeira, ou cadeirinhas de plástico, de casa. Ficavam praticamente amontoadas na sala, devido a falta de espaço, e apoiavam os caderninhos (fininhos) nos joelhos, para realizarem suas atividades, sem o mínimo conforto, sequer onde se recostarem. O quadro negro estava caindo aos pedaços, e a régua que a professora utilizava, para indicar alguma informação no quadro, era um graveto de madeira. Fiquei chocada com a cena, me deu um nó na garganta. Quanto desconforto para aquelas crianças! Mas, elas estavam alegres, sorridentes, e bastante participativas. A Ministra da Economia, que foi entrevistada nessa reportagem, falava das dificuldades, e reconhecia o esforço das crianças, pois, em virtude do trabalho infantil que é acentuado no país, muitas crianças estão fora da escola, e falou sobre a perseverança do governo para mudar aquele cenário no país. Não pude evitar as lágrimas, acho desumano a miséria, o descaso. É muito triste ver cenas como essas, e, infelizmente, sei que não é apenas na África que isso acontece, pois, há algum tempo atrás vi outra reportagem sobre a precariedade das escolas no Norte do Brasil e as cenas não eram tão diferentes da Guiné-Bissau. Onde estão nossos governantes? Onde estão aqueles que nos representam? Será que este quadro nunca vai mudar? A educação nunca será prá todos?
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