Este texto é parte integrante da Blogagem Coletiva Fases da Vida, idealizada pelas amigas:
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TEMA: MORTE
Estou aqui, meio sisuda, meio sem graça, e sem saber por onde começar, pra falar de um assunto que tenho dificuldades...
Bem, enfim, morro de medo de morrer...rsrs
Mas, já que não tenho como reverter essa situação, ou seja, já que não tenho como não morrer, o melhor é ir me acostumando com a idéia, e ir me preparando para o grande dia... GRANDE? É, eu acredito na vida após a morte, e isso é um grande acontecimento, pois sem a morte, nada de vida eterna não é mesmo?
Quando falo sobre este assunto, a morte, me vem à mente duas coisas:
A primeira é uma frase, da qual desconheço o autor, que diz assim: “Não é que eu tenha medo de morrer, eu só não queria estar lá quando isso acontecesse...” Hilário, não? rsrs
A segunda é uma lembrança da infância. Numa aula de catecismo, a catequista nos disse que, tudo que pedíssemos a Deus com fé receberíamos... Mas, frisou que nosso pedido deveria ser consistente, e que não deveríamos pedir absurdos, como, por exemplo, pedir pra não morrer... Fiquei arrasada, pois, era justamente este o pedido que eu já me preparava pra fazer, rsrs
O que me amedronta, quando penso na minha própria morte, é o sofrimento físico. Não penso no que vem depois, com o que vou me deparar, pra onde vou... Nada disso... Penso na agonia, na dor, no sofrimento, causados pela falência dos órgãos... Ui!
Para onde vou, pois acredito que a vida é sublime e grandiosa demais, e não se resume apenas ao que vivemos aqui, penso muito pouco. E quando penso, me sinto confortável, pois a minha fé, é num Deus muito poderoso e sapiente, e que governa com amor... Portanto, eu vou para onde for determinado por Ele, assim como vim parar aqui, e gostei... rsrs
Entretanto, quando penso na morte das pessoas que amo, fico desnorteada, pois, além de pensar no sofrimento que elas vão passar, penso também no que a ausência delas vai significar para mim... Aliás, eu nem gosto de pensar nisso, pois, já me dá um pavor e os olhos marejam...
Confesso, não estou preparada pra isso não. Será que alguém se prepara? O nosso instinto de sobrevivência é forte demais, influi muito, e o meu, sei não, acho que é anormal, rsrs
Eu queria ser forte, encarar melhor a idéia da morte, me preparar melhor... Até que já melhorei bastante, pois, tempos atrás eu nem estaria dissertando sobre este assunto.
Minha mãe tem setenta e seis anos, é saudável, cheia de vida, e é bem consciente. Ano passado ela comprou um terreno no cemitério, para construir o jazigo da família, e fez também um plano de assistência familiar, que cobre todas as despesas funerárias dos associados. No início, nós (os filhos) reclamamos com ela, dissemos que isso era um mau agouro, que não era saudável ficar pensando em morte, mas, como não houve jeito de dissuadi-la, acabamos nos acostumando. Coisas da mamãe! Hoje até já brincamos com o assunto, sobre quem vai inaugurar a propriedade (rs)... Mas, no frigir dos ovos, a única certeza que temos na vida, é a da morte.
Admiro tanto as pessoas que encaram a morte com coragem, apesar da dor e do sofrimento, e às vezes ainda confortam os outros... Aprendi que devemos orar, inclusive por uma boa morte, e sempre faço isso, pois, é uma bênção se entregar em paz nos braços de Deus.
Bem, mas, já que não há outro jeito, e não tenho mesmo como driblar a morte...
Vou ter que ir, não é, gente? Ai, meu Deus! Só espero que essa distância que me separa dela, esteja sendo contada em anos-luz...
Vejam o poema que fiz, sobre este assunto:
AMANHÃ
Sou hóspede do tempo... Gentil passageira
E um dia por certo, terei que ir embora...
Por isso, à vida, eu canto agora!
Pois quem sabe a morte, bem logo me queira...
Mas antes eu quero, me encher de alegria...
Correr pelos prados, na relva deitar...
E pelas estradas, a esmo andar...
Ao sabor da brisa ou da ventania
Guardar do amigo o abraço sincero
E o sorriso mais doce do filho querido
O olhar mais ardente e comprometido
Do meu grande amor... É isso que quero.
Amanhã minha voz não mais se ouvirá
E haverá só silêncio em torno de mim
E uma grande quietude, por dias sem fim...
E meus passos o chão não desenhará
Quero, pois à vida poder celebrar...
Fazê-la intensa, fecunda e repleta...
E deixar meus versos, pois sou poeta,
Quando eu me for, pra não mais voltar...
(Socorro Melo)
Obrigada por virem aqui!
Hoje estou muito atarefada, não sei se vai dar para fazer as visitas, mas, a partir de amanhã, se Deus permitir, visitarei a todos, ok? Um grande abraço!