Pegadas de Jesus

Pegadas de Jesus

quarta-feira, 30 de maio de 2012

POR TUDO, E POR NADA: EU CREIO...



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Por tudo, e por nada, eu tenho fé. Nasci com ela, e dela me alimento, e a ela forneço as condições para que se mantenha viva e vibrante. Sugo suas energias benéficas, e não consigo me imaginar sem ela.

Pela fé acredito num mundo melhor, mais humano, mais fraterno, onde haja igualdade de condições para todos, e onde a justiça e a paz imperem.

Acredito que aqui estamos para cumprir um propósito, e tudo que vivemos, sejam venturas ou desventuras representam etapas de crescimento espiritual, pois, para adentrarmos um mundo perfeito, precisamos ser plenos, e termos vencido todas as experiências da carne, o que nos garantirá uma elevação acima da matéria, nos tornando aptos para uma vida superior.

Criados à imagem e semelhança de Deus, somos, portanto, portadores de capacidades, talentos e dons, pois que abrigamos no santuário do nosso coração, na nossa consciência, a centelha divina.

Acredito na vida após a morte, e que nela encontra-se a perfeição almejada, apesar de tudo aqui, no nosso século, no tempo, nos fazer crer o contrário.

Eu tenho em Jesus, o referencial do mundo que há de vir, pois que viveu ele uma experiência humana sublime, e nos deixou rico legado.

E quando tantas vezes me vi em dúvidas, golpeada por crenças, filosofias e doutrinas diversas, cada uma se afirmando como verdadeira, foi Nele que busquei a luz, e que encontrei o caminho.

A luz é o conhecimento, que nos aproxima da verdade absoluta, que é Deus. E a verdade é a certeza, a autenticidade, a origem e o fim de todas as coisas.

Nos ensinamentos evangélicos encontrei a pureza da espiritualidade, que me mostraram a grandiosidade da vida, o seu dinamismo, a sua essência e finalidade.

Jesus nos deu a conhecer a face humana de Deus, através do seu rosto divino.E é confortador saber que é possível nos transformarmos, e realizar como nos disse, obras até maiores do que ele fez, se em verdade estivermos ligados a ele, como o galho que se alimenta da seiva do tronco da árvore.

Acredito que somos chamados a viver num mundo novo, onde nos sentiremos gratificados por sabermos que todas as nossas aspirações serão realizadas, e que mergulharemos na infinita e misteriosa ciência de Deus, e beberemos da fonte da água viva, e saciaremos nossa sede de perfeição, e nos deslumbraremos com a beleza e a plenitude do Universo, e seremos incondicionalmente felizes.

Eu creio, por tudo e por nada, que ao chegarmos aos portões do céu, seremos recebidos com festa, e os nossos corações logo serão inundados de uma paz infinita, e nos assentaremos à mesa para o banquete, especialmente preparado para nós, porque seremos os vencedores da grande tribulação, e ali receberemos as nossas coroas, e confabularemos com os nossos mestres espirituais, que aqui na Terra nos deram exemplos de despojamento, humildade, e verdadeiro amor para com o próximo: os santos e santas de Deus, que de forma admirável se colocaram à disposição e tomaram para si grandes sofrimentos e martírios, mas que corajosamente reafirmaram sua fé, alimentados por amor e confiança incomensuráveis, pois que entenderam a dimensão da majestade e da vontade divina, e discerniram que mais valeria perder a vida terrena para que garantissem a vida eterna: verdadeira e imperecível.

E eu vejo, pelos olhos da fé, caminhos floridos e iluminados.Ouço música no ar, sorrisos espontâneos, leveza e suavidade, integridade, harmonia e paz, entre Deus, o homem e a natureza, numa simbiose perfeita, e percebo que novas se farão todas as coisas, ao toque da mão divina, e ao comando de sua palavra. Eu creio: por tudo, e por nada...

Por Socorro Melo

terça-feira, 22 de maio de 2012

MENSAGEIRA




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MENSAGEIRA

Sentada ficava a dócil menina, ao redor da mesa,
Nem mesmo falava, apenas sorria, com singeleza,
Com mão muito firme, olhar bem atento, as linhas traçava...
E em derredor, quieto e feliz, o senhor aguardava.

Às vezes, a menina parava a mãozinha pra questionar,
Que mais o senhor, naquela cartinha, queria informar...
Num belo sorriso, de dentes tão brancos, quanto a sua alma,
Tecia um rosário e se repetia, mas com muita calma.

A menina acenava e a tudo acolhia com atenção,
E traçava as letrinhas, apondo as notícias, com emoção...
Os casos contados, recados passados, e tantas lembranças...
As dores, promessas, saudades, problemas e... Esperanças!

Da gente querida, da casa singela, de telha de barro, e chaminé...
Ficaram as lembranças. E uma bem preciosa é a do aroma do puro café!

Por Socorro Melo


quinta-feira, 17 de maio de 2012

BCAP - ESPERANÇA



Aprendemos que devemos viver um dia de cada vez... Tudo que temos é o presente, o dia de hoje, pois, passado e futuro não existem... Teoricamente essa máxima é perfeita, mas, suponhamos que estejamos vivendo uma situação onde literalmente o futuro próximo é incerto...

Já não nos anima planejar nada, e nem sonhar... Não há mais tempo... É uma questão delicada... O tempo que resta urge... O que fazer?

Agarramo-nos a ultima esperança... Apostamos nela... E damos sentido à vida, seja qual for o desfecho da situação...

Estranha força, a esperança... Ou seria misteriosa força? Não vem ao caso, o certo é que sem ela, a vida torna-se um lamento.

Eu diria que a esperança é uma disposição de espírito, corajosa, proveniente da convicção de um valor...

E para se ter convicção, é preciso embasamento. No entanto, como se embasar o que não é palpável, concreto? É uma questão de fé, de crença, que se sustenta em probabilidades ou promessas...

Na vida, vamos caminhando por uma longa estrada (gosto de usar essa imagem, pois é a que, grosso modo, me faz entender melhor), que não tem volta... E caminhamos na certeza de que chegaremos a um destino, pois, a nossa essência, nos dá essa convicção.

O tempo é implacável, e nos empurra para frente, e nos oferece oportunidades de reflexão e de transformação... Na estrada, enquanto caminhantes, nos deparamos com toda sorte de obstáculos, de intempéries, mas, a ordem é avançar... E avançamos, a fim de atingir a nossa meta, guiados pela esperança.

Quando não se tem esperança, perde-se o sentido de caminhar. Caminhar para que? Se não se tem um destino a chegar, um objetivo a atingir... E neste estado, sentimo-nos como uma bolha de sabão: frágil, vulnerável, solta ao vento...

A minha esperança, baseia-se na minha fé, em Deus, na vida, e em meus próprios valores, e para mantê-la acesa, sou consciente de que devo alimentá-la constantemente.

A esperança é aquela amiga inseparável, que permanece conosco, quando tudo mais nos abandona, e nos garante que no fim, tudo vai dar certo. É a certeza de que “o que ainda não é, será...”, e de que Deus pode fazer pela graça, o que pela natureza parece impossível...

Por Socorro Melo


Por motivo de força maior, não pude postar no dia correto(15/05), mas, por incentivo da Rute, aqui estou, com minha humilde participação.


quarta-feira, 16 de maio de 2012

MADURAR



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Um belo dia, enquanto eu aguardava em uma fila de Banco, presenciei uma acalorada discussão entre uma senhora bastante idosa e outra mulher jovem, na fila destinada às prioridades. A senhora chegou, e postou-se atrás da jovem, e em poucos instantes, começou a falar alto, demonstrando irritação, sugerindo que a moça estaria na fila errada, por ser jovem, e prejudicando o direito dos idosos.

A outra mulher entendeu as insinuações, e educadamente se voltou para a velha senhora, dizendo-lhe que era deficiente, e que, portanto, tinha o direito de estar ali. Como a deficiência era discreta, a senhora continuou implicando com a moça, dando a entender que a mesma estava se aproveitando de um direito que não lhe pertencia. A moça não deu atenção às suas indiretas e usufruiu o seu direito como lhe convinha.

E eu me pus a pensar na atitude imatura daquela senhora idosa, e no valor da maturidade e de sua importância em nossas vidas.

Ela nos capacita para enxergarmos mais longe. Parece que com a sua chegada os nossos olhos desanuviam. Ou será que passamos a enxergar com os olhos do coração?

A vida passa a ter um novo sentido. As aspirações mudam. E a busca da felicidade consiste no descobrimento de nós mesmos, num processo contínuo, diário.

Todas as experiências passadas estão por perto, ao alcance do pensamento, para reavivarem a mente quando precisamos. E elas são o alicerce, da nossa construção.

As falhas e as dificuldades que enfrentamos outrora, e que nos arrancaram lágrimas, têm na maturidade um valor inestimável. Foram elas as melhores mestras da vida. Foram elas que nos fizeram entender que temos limites, e que não podemos ultrapassá-los, e nem nos arvorar em nada.

Os caminhos da maturidade são tortuosos, pois, passam por dentro do nosso orgulho, da nossa vaidade, e acima de tudo do nosso egoísmo. E essa passagem nos machuca, pois, não é fácil nos despojarmos das nossas misérias.

Todavia, quando a vislumbramos, nos sentimos completos. É como se de repente saíssemos de um atalho íngreme, e pegássemos uma estrada boa, plana, cercada de árvores frondosas, de flores silvestres, e ao longo do caminho, dividíssemos nosso passeio com as borboletas multicores, com os passarinhos, com as libélulas.

A maturidade nos aguça as boas intenções. Sentimos urgência em recuperar o tempo perdido com frivolidades. A vida medíocre, recheada de futilidades, já não nos atrai, e fechamos os olhos para toda ilusão.

Vamos nos descobrindo pouco a pouco. Vamos tomando consciência do nosso valor como pessoas humanas, ao mesmo tempo em que aprendemos a valorizar o outro. A compaixão desabrocha no nosso coração, e passamos a sentir a dor do próximo como se fosse nossa própria dor.

Choramos com os que choram, sorrimos com os que se alegram, e estendemos nossas mãos em direção dos menos favorecidos. Dividimos nosso pão, e colocamos á disposição o nosso ombro, para dividir também a dor, pois que perdemos a crença em qualquer elixir mágico que possa saná-la, a não ser o amor.

Sim, a maturidade nos torna melhores, mais atentos, mais sagazes. No entanto, maturidade não significa a soma de anos vividos, pois, há aqueles que alcançam a velhice sem alcançar a sabedoria proporcionada pela maturidade.

Madurar é, portanto, um estado de espírito. É uma conquista de aprendizados, conseguidos com decisão e esforço.

Com a maturação nos tornamos mais confiantes em nós mesmos, e na vida. Libertamo-nos de parte dos nossos medos, porque fomos obrigados a encará-los de frente para sobreviver. Descartamos parte dos nossos sonhos, pois, muitos deles eram ilusões, de vaidades e de orgulho dissimulados. Pomos fim à parte de nossa ansiedade, pois, descobrimos que viver não tem pressa...

E ganhamos muito ao aprendermos o que de fato nos alavanca, nos dá suporte, e nos mantém de pé.

A sensação de ser uma pessoa madura é confortável. E é prazeroso saber que o tempo e a vida deixam marcas. Não apenas marcas no rosto ou nos cabelos, mas marcas na alma.

Quando maduros nos sentimos seguros da nossa condição, andamos de cabeça erguida, e olhamos nos olhos de nossos interlocutores, dispensamos respeito, para que sejamos respeitados.

O tempo nos rouba a juventude, o vigor do corpo físico, mas, nos dá em troca a beleza da maturidade.

Adquirimos uma beleza própria, e suavidade, conseqüência da serenidade que se plasma em nosso interior, revestido de prudência, e tudo que mais almejamos, nessa fase, é transbordar os conhecimentos que a vida generosamente nos deu, para que outros tantos, especialmente jovens, se espelhem, se motivem, e aprendam a discernir os reais valores, e tomem posse do tesouro, que é a sabedoria da vivência.

Por Socorro Melo

quarta-feira, 9 de maio de 2012

PANELA DE BARRO



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PANELA DE BARRO


Carlinda era artesã. Não diria que das melhores, mas era. Confeccionava panelas, potes e jarras de barro. E fazia isso como meio de subsistência. As suas peças eram vendidas, semanalmente, nas feiras livres, por seu marido.

Sua matéria prima era a argila, que ela retirava do barranco, às margens do riacho, que havia na Vila onde morava. Trabalhava com barro natural, de cor escura, e de fácil manipulação, o que permitia a execução de peças rudes, como eram os utensílios de cozinha, que ela fazia.

Eu a via, todos os dias, na sala de estar de sua humilde casa, sentada, com as pernas estiradas, usando um avental, e trabalhando uma peça qualquer. Não tinha torno, tudo o que fazia era manual.

Ao seu lado estavam dispostas suas ferramentas, que eram compostas de pequenas espátulas de madeira, utilizadas para moldar e retirar os excessos do barro, e de um pedaço de couro, bem lisinho, que servia para dar o acabamento nas peças. Uma panela grande com água, descansava ao seu lado, da qual ela, freqüentemente, fazia uso, em virtude da necessidade de amolecer a argila, para deixar na consistência certa para a utilização.

Eu gostava de ficar ali, vendo-a criar suas peças. Achava interessante a maneira como ela socava o barro, e de como o mesmo ia tomando forma em suas mãos. Admirava os detalhes que ela apunha nas peças, e os singelos desenhos que pintava, depois de ficarem prontas.

Vez por outra ela me deixava brincar. E com aquele barro nas mãos, eu tinha ímpetos de criatividade. Pensava em fazer cavalinhos, bonecas, panelinhas, como Carlinda, mas, no fim, não conseguia fazer nada, pois, sempre fui desprovida de talentos para trabalhos artísticos e manuais. Mas, felicitava-me a possibilidade de ter em mãos o barro, a matéria prima, que eu sabia que dali podia-se extrair coisas lindas. E eu não tinha sequer a idéia de que existiam grandes artistas, que faziam verdadeiros milagres com o barro, como o Mestre Vitalino, de Caruaru.

Carlinda colhia o barro, preparava com água, confeccionava as peças, esmerava-se no acabamento, que era o que iria chamar a atenção dos seus clientes, queimava as peças num grande forno a lenha, e depois comercializava.

Qual a lição que Carlinda nos traz? A da construção. Nós somos, indubitavelmente, construtores de nós mesmos. E somos hoje, o resultado das nossas ações de outrora. Por isso, o que quero ser amanhã, é necessário construir agora, no presente.

Associando os processos da confecção de panelas de barro, com a construção de cada um de nós, verificamos que há semelhanças. Primeiro há a escolha da argila, que deve ser de boa qualidade, a fim de que as peças saiam a contento. Depois se plasma a idéia, se dá forma ao objeto, e por fim se decora, para que se torne atrativo.

Conosco é a mesma coisa. Primeiro devemos saber o que queremos da vida, para nos posicionarmos e começarmos o trabalho de escultura. Resolvida essa questão, devemos investir em nós, em todos os aspectos, para bem nos preparar para aquilo a que nos propomos. E por fim, devemos ser atrativos, ou seja, devemos mostrar nossas habilidades e nossos talentos, para que através deles, obtenhamos nossas conquistas.

O investir em nós mesmos significa angariar conhecimentos, práticas, habilidades, desenvolturas, mas, principalmente, manter elevada a nossa autoestima. Se não nos amarmos, quem nos amará? E com essa bagagem, conquistada com as vivências cotidianas, estamos prontos para nos lançarmos na vida, seja no mercado de trabalho, seja na vida pessoal, assim como a panela de barro, que é levada a feira livre. E o resultado?Aceitação. E uma das maiores afirmações do ser humano é, com certeza, a aceitação. Por isso, caro amigo, dedique-se mais a construção de si mesmo. Não faça economias. Você deve se sentir especial, e assim o é, acredite nisso. E quando cremos em nossas capacidades, quem poderá duvidar? Construa-se. Com zelo, com amor, com objetivos nobres. E seja feliz.

Por Socorro Melo

segunda-feira, 7 de maio de 2012

A CANOA




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A CANOA

Em um largo rio, de difícil travessia, havia um barqueiro que atravessava as pessoas de um lado para o outro.

Em uma das viagens, iam um advogado e uma professora.

Como quem gosta de falar muito, o advogado pergunta ao barqueiro:

- Companheiro, você entende de leis?

- Não!- respondeu o barqueiro.

E o advogado compadecido:

- É pena, você perdeu metade da vida.

A professora muito social, entra na conversa:

- Seu barqueiro, você sabe ler e escrever?

-Também não, respondeu o barqueiro.

- Que pena! Condói-se a mestra .

-Você perdeu metade de sua vida!

Nisso chega uma onda bastante forte e vira o barco.

O barqueiro preocupado, pergunta:

-Vocês sabem nadar?

- NÃO! Responderam eles rapidamente.

- Então é uma pena- Conclui o barqueiro.

-Vocês perderam toda a vida.

Não há saber maior ou saber menor.

Há saberes diferentes.

(Paulo Freire)

E quem não tem a sabedoria do Ser, vai perder tudo.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

A FESTA DA VITÓRIA



Pâmela Vitória


É dia de festa, mostra o calendário:
Que festa? Que festa? Queremos saber
Da festa bonita, do aniversário!
Da linda Vitória, querem conhecer?

Vamos todos nós! Somos convidados:
Comer os docinhos, e salgados também...
Tem bolo, pipocas, sucos e gelados...
Ela nos espera. Não falte ninguém

Vai ser divertido, tem até palhaço!
E brindes pra quem na gincana acertar
Vamos, todos nós, vai ser um festaço!
E a linda Vitória vai se emocionar

Tem risos e dança, música e alegria...
Confetes, apitos, e serpentinas...
Bruxinhas, heróis, vilões... Fantasias
Que festa animada, a dessa menina!

Cada um de nós, leve o seu presente:
Um abraço, um beijinho, ou uma oração...
E a princesinha vai ficar contente
Pois a festa maior é no seu coração.

É a festa da vida, que bênção, que glória!
Louvemos a Deus e agradeçamos
Parabéns a você, menina Vitória!
Princesa querida, a quem tanto amamos!


Este post é dedicado a minha sobrinha Pâmela Vitória, que hoje completa 7 anos. E a minha prece para que Deus conceda-lhe vida longa e feliz.

Feliz Aniversário, Vitória! Neste dia que é só seu, mil beijos com carinho.

Pâmela Vitória

quarta-feira, 2 de maio de 2012

GARÇAS


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Queridos amigos e amigas,

Ausentei-me por um tempo, em virtude de alguns probleminhas de ordem pessoal, que ainda permanecem, mas, farei o possível para retomar meus contatos, minhas visitas, a cada um de vocês, na medida do possível. Agradeço pela gentileza de virem aqui, me visitar, o que me deixa imensamente feliz. Valeu, gente!

GARÇAS

Eu passei rapidamente por cima da ponte, para me livrar do cheiro fétido que exalava do canal (esgoto) abaixo. Com a palma da mão cobri o nariz, e os pensamentos pulularam ressaltando a indignação pelo desrespeito à natureza, ali, de forma tão explícita, naquela podridão a céu aberto.

Olhei de soslaio por sobre a ponte, e vi, em meio à imundície, algumas graciosas garças, que se moviam lentamente, parecendo flutuar, e dando certo encanto aquele lugar, enquanto bicavam a cata de alimentos.

Parei. Era inacreditável ver animais tão delicados, esguios, elegantes, e de uma brancura tão intensa, como as garças, num ambiente tão sujo e pútrido. Mas, elas estavam lá, em meio aos porcos, urubus, lixo e fumo.

Prossegui o meu caminho, porém bem devagar, e pensativa. Pensava na imagem bela das garças, destoando, naquele quadro triste de descaso com a natureza.

Sempre as via em lagos, barragens, açudes, enfim, em águas limpas, claras, e causou-me certa surpresa vê-las num esgoto tão imundo. Talvez a necessidade as obrigasse, mas, ainda assim, elas não perdiam o porte, a beleza, o referencial.

Um novo pensamento se fez em minha mente, bastante reflexivo, tendo em vista o exemplo das garças: quantas pessoas estariam sobrevivendo em ambientes inapropriados? Sem estrutura e desprovidas de todas as condições básicas?

E outras tantas, boas, honestas, bem intencionadas, por certo, convivendo lado a lado com o terror, com a violência, com o consumo exacerbado de drogas, de todos os tipos, com a prostituição, com o aliciamento de menores para o crime e o tráfico, sem perspectivas de mudanças, sem apoio, mas que por necessidade se submetem, e arregaçam as mangas, e lutam, de sol a sol, num processo doloroso e contínuo, tentando viver acima da tragédia humana, ajudando-se mutuamente, buscando incutir nos mais jovens e nas crianças, a esperança que eles mesmos, por vezes, já perderam, de uma vida igualitária, menos sofrida, onde os direitos constitucionais fossem respeitados, e fossem, de fato, adquiridos por eles, para que pudessem passar da condição de excluídos, para inseridos, na sociedade, deixando para traz as margens, com suas injustiças, revoltas e dores.

Vez por outra ouvimos depoimentos, e vemos histórias, ou episódios, da vida de pessoas que vivem à margem da sociedade, e que nos trazem exemplos belíssimos de superação, de fraternidade, de coragem, e de grandeza de espírito.

Essas pessoas são como as garças, que mesmo vivendo em lugares tão hostis, inóspitos até, amassando o pão que muitas vezes nem o diabo quer comer, não perdem o seu porte, ou seja, a sua autenticidade, pois têm dentro de si um valioso tesouro: a fé inabalável em Deus, e na vida.

E essa fé é que as move, e ajuda-as a remover montanhas, obstáculos à primeira vista intransponíveis, tornando-as diferentes, guerreiras fortes e corajosas, que mesmo convivendo com a degradação humana, se sobressaem, e brilham, e destoam do ambiente, porque o ambiente não é digno delas, todavia, acreditam que estão ali para transformar, com as suas virtudes, especialmente a humildade e a caridade, pois, sobreviver no submundo, e na pobreza extrema, e manter-se íntegro, requer, acima de tudo, grandeza de espírito.

E chego à conclusão, que essa sabedoria é a marca de Deus, e que elas, as pessoas, a exemplo das garças, são escolhidas por Ele, para dar sinal de sua presença, e do equilíbrio da vida, mostrando que é possível encontrá-lo, até mesmo no caos.

Por Socorro Melo