Eu era só uma menina quando me falaram sobre Ele. Uma menina frágil, insegura e medrosa.
Então, disseram que o Pai Dele era rei, e Ele um príncipe.
Escutei atentamente, pois, histórias de reis e de príncipes me encantavam.
Todavia, Ele era um príncipe diferente. Era Todo Poderoso. Disseram até que Ele havia feito o mundo, e tudo quanto há nele. E que até mesmo eu, era obra sua.
Ficava a pensar nesse príncipe tão poderoso, e chegava a conclusão de que, se Ele havia me feito, obviamente me conhecia. Eu queria conhecê-lo.
Disseram também que Ele era muito bom. Que tinha um coração generoso, maior que o de mamãe, e que cuidava das pessoas com muito amor. E Ele é que supria as necessidades do mundo.
Que as pessoas O ofendiam muito, mas, Ele sempre perdoava.
Que morava num lugar bonito, iluminado, bem arborizado, onde a natureza era respeitada, onde se respirava ar puro, e as águas eram límpidas e abundantes. Que havia música naquele lugar, mesa farta, e as pessoas se respeitavam, trabalhavam juntas, em harmonia, e que grande era a alegria.
Mas, disseram que Ele era invisível. Alguns até já o tinham visto, há muito tempo.
Mas, isso não O impedia de se aproximar de quem o chamava. Ele estava sempre por perto.
Disseram que o jeito certo de chamá-lo era através do coração, do pensamento positivo, das palavras sinceras, dos atos e gestos de amor... Ele compreendia qualquer linguagem. E esse jeito certo, chamava-se oração.
Sem saber como e porque, comecei a confiar Nele.
Eu sempre tinha em mente os planos "B" e "C" para os momentos de apuros, e quando O conheci O incluí nessa lista. Quando todos os planos falhavam, eu O chamava.
Eu tinha tantos medos. Um deles era perder minha mãe. Eu não suportaria viver sem ela, não saberia. O outro era fazer prova de matemática.
Eu sempre conversava ou pensava, na esperança de que Ele me ouvisse.
Um dia, me preparava para uma bendita prova de matemática, e me sentia angustiada por não saber de nada. Por mais que estudasse, me esforçasse, aqueles números e fórmulas não entravam na minha cabeça. Eu não sabia de absolutamente nada.
E eu O chamei. E implorei que me ajudasse. E só sei dizer que direi boa nota na prova, que fiz de forma honesta, sem saber de nada. E esta foi a minha primeira experiêcia com Ele, que passou a ser meu fiel escudeiro.
Fiquei ternamente agradecida, e enternecida. Passei a procurá-lo mais e fui descobrindo o quanto é belo, e... me apaixonei.
Passei a buscá-lo mais e mais, agora movida pela fé, pela confiança. Ele passou a ser realidade.
Fui crescendo e Ele crescendo comigo. E sempre me ajudando a vencer as dificuldades, que agora eram bem mais significativas do que uma prova de matemática.
Dias tristes vieram: de indignação, injustiças, escassez, discórdias, estresse, decepções, frustrações, cansaço e muito, muito medo, no entanto, sempre que falhavam os planos "B" e "C", era Nele que eu procurava refúgio.
Fui infiel, negligenciei, me afastei, O ofendi , me esvaziei... E Ele me levantou. É meu amigo, apesar de mim.
A cada dia, a cada nova busca, Ele me surpreende e me assombra, diante da verdade que Ele é.
E assim vou vivendo, agora chegando ao outono da vida, fazendo Dele o meu refúgio, a minha fortaleza, e socorro bem presente nas horas amargas, como bem disse o salmista.
Ah, e plagiando o que disse um amigo, descobri que Ele é leve e ri! E com Ele tudo é azul.
(Socorro Melo)
Suas palavras me encorajam:
" Coragem, Sou Eu, não tenhais medo" Mt. 14,27.
da amiga Rosélia, que celebra 7 anos de muito amor e espiritualidade. Parabéns, Rosélia! Você é uma luzinha azul que vai norteando vidas no seu Blog.