Pegadas de Jesus

Pegadas de Jesus

quinta-feira, 20 de março de 2014

LIVROS: CELEIROS DE EMOÇÕES



Comecei me encantando com as fábulas dos Irmãos Grimm, e daí foi um passo para mergulhar nas revistinhas. Investiguei o Clube do Bolinha e tempos depois dei de cara com a moedinha nº 1, na Caixa Forte do Tio Patinhas.  Os cabelos arrepiaram na caça aos fantasmas junto com a turma do Salsicha e Scooby-Doo. Sonhei horas e horas acordada, revivendo as lindas histórias de amor, dos “fotoromanzi” de Grande Hotel e Kolossal, e me via andando pelas ruas de Roma, Gênova e Veneza. Enterneci-me com a pureza de Inocência, e a suavidade da Moreninha. Confesso que ainda não estava preparada para enfrentar a realidade do Cortiço, nem o racismo desumano do Mulato e fiquei chocada, mas, Olhei os lírios do campo e recobrei novas forças. Chorei pelo desencontro de Romeu e Julieta. Questionei-me sobre o sentido da vida na Ira dos Anjos. A bordo da Operação Cavalo de Tróia 4, conheci Nazaré, e me hospedei e convivi com Maria, uma mulher de fibra. Desaprovei a Conspiração Franciscana, pois, tudo tem limite. Torci para que Hercule Poirot, desvendasse de uma vez o mistério do Expresso do Oriente, e senti-me instigada com a sagacidade de Sherlock Holmes. Indignei-me com o Crime do Padre Amaro, e com as chantagens da governanta do Primo Basílio, mas raiva maior foi ver derramado (saqueado) o sangue (riquezas) das Veias  Abertas da América Latina, e descobrir, com tristeza, a História da riqueza do homem. Impressionou-me o empreendedorismo de Mauá, o empresário do Império. Vi a melancolia e a inércia de uma família durante Cem anos de solidão. Descobri o Sétimo segredo de Irving Wallace, e deparei-me com o Símbolo perdido da Maçonaria. Li o Diário de Anne Frank e entendi o valor da esperança. Ouvi as Confissões de Santo Agostinho. Enveredei pelo Caminho de Perfeição de João da Cruz e Teresa de Ávila. Compreendi o que significa amizade pura e verdadeira no Caçador de Pipas e no Menino do pijama listrado. Conheci um pouco da verdadeira história do meu País em Casa Grande e Senzala. Senti-me amargurada ao me conscientizar da maldade humana nos versos de Navio Negreiro. Indignei-me com o Triste fim de Policarpo Quaresma. Senti horror a Mefisto (nazismo). Identifiquei-me com a História da alma de Teresa de Lisieux. Bebi da fonte do povorello, O irmão de Assis. Admirei-me com a nobreza de Lucano, São Lucas, grande Médico de homens e de almas. Abominei comportamentos dos protagonistas de o Queijo e os vermes. Enojei-me da ditadura militar, senti pela vida de Vlado Herzog e tantos outros... Vi o terror estampado nas ruas de Pompéia... Todavia, nada me impressionou mais do que a ternura, a bondade, a autoridade, a compaixão, a fraternidade, a poesia de Jesus, o filho do homem, sob a ótica de Gibran.  Enfim, procuro me conformar à Imitação de Cristo, para um dia desfrutar da Vida para além da morte. Ler é viver. 
(Socorro Melo).