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Bullying... Palavrinha esquisita. Mas, está na moda agora. Vez por outra vemos nos noticiários da TV, nos jornais e nas revistas... Casos de bullying.
Bullying é todas as formas de agressões, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, exercidas sobre os mais fracos, com o objetivo de ameaçar, tiranizar, oprimir, intimidar, humilhar ou maltratar, assim diz o dicionário.
Dia desses, minha amiga foi à escola do filho, e procurou a diretora. Perguntou: qual o comportamento do meu filho aqui na escola?
E ela respondeu: excelente.
Ah é? Tem certeza?
E ela disse: absoluta, o Carlinhos é um jovem extremamente educado, comprometido, e bom.
E a senhora sabe que ele está sendo vítima de ameaças por parte de um colega?
A diretora não respondeu, mas minha amiga percebeu que ela ficou chocada.
Provavelmente a senhora também conhece o Joãozinho, o colega do meu filho?
E a diretora acenou que sim.
E ele tem o mesmo comportamento do meu filho?- Perguntou.
Infelizmente não. Joãozinho é um aluno hiperativo - Respondeu.
Ah, hiperativo!Então, deixo este problema de hiperatividade com a senhora. Entendo que é dever da escola resolver, e espero que assim aconteça. O meu papel é cuidar e proteger meu filho. E se a escola não for capaz de resolver, tomo minhas providências. E saiu.
Em casa conversou com o filho, que naquele dia havia tido coragem de contar das ameaças e das agressões psicológicas de que era vítima. Ao filho, minha amiga falou: não tenha segredos para mim. Sejam quais forem as ameaças, ou chantagens, me conte. Se você não puder confiar em mim, em quem mais vai confiar? Ou você acha que é mais inteligente me poupar, e a seu pai, e ficar na mão de um delinqüente? E tem mais, se você me esconder alguma coisa, quando eu souber, você vai levar uma baita surra.
Felizmente, a escola convidou os pais de Joãozinho, e deu-lhes conhecimento da situação, e as ameaças pararam. Contudo, nem sempre é assim. Vêem-se casos e casos, e alguns com finais bem trágicos.
Então me lembrei de um episódio que aconteceu na minha infância, em tempos idos.
Havia na rua onde eu morava, um menino chamado Jorginho, que era um terror. Todas as crianças tinham medo dele. Ele vivia só, não brincava com os outros, pois, as brincadeiras que ele participava acabavam em pancadaria, e Jorginho sempre levava a melhor.
Meu irmão, mais novo do que eu dois anos, era “freguês” de Jorginho. Sempre chegava em casa machucado, arranhado, de olho roxo, enfim.
Um dia, a molecada da rua se reuniu para uma brincadeira, e só Jorginho ficou de fora. Mas ele ficou por perto, cercando, e provocando um e outro, despeitado porque as crianças não o convidaram para brincar.
Por fim, arrumou um bate-boca com meu irmão. Provocou, xingou, e até a minha santa mãe, foi chamada do que não devia. Isso me deixou indignada. Eu também estava lá, participando da brincadeira.
Jorginho falou que ia bater em meu irmão, e aí me adiantei, e pedi que nos deixasse em paz. No entanto ele, que não queria ser ridicularizado na frente dos meninos que o temiam, se lançou sobre meu irmão, porém, antes que o atacasse, eu ataquei primeiro (Mônica???). Bati tanto nele, sob a aprovação das outras crianças, que me empolguei, logo eu, que sempre tive aversão à violência. Claro que apanhei também, mas, Jorginho apanhou mais.
Esse dia, memorável, foi um marco na vida das crianças daquela rua. Acabei com o reinado de Jorginho. Nunca mais ele bateu no meu irmão, e se atrevia menos a brigar com os outros meninos. Ficou com vergonha por ter apanhado de uma menina.
Resolvemos nossa pendenga na rua. Nossos pais não ficaram de mal. E tanto eu quanto meu irmão, e Jorginho, que era nosso vizinho, levamos uma sova, quando chegamos em casa. E o bullying ficou resolvido aí.
Nossos pais nos ensinavam que devíamos manter a paz com todos, mas, em caso de necessidade, que soubéssemos nos defender. E assim agíamos, e ninguém ficava traumatizado por isto, e nem precisava ir ao psicólogo. Era tudo tão prático, rsrs.
Por Socorro Melo