Pegadas de Jesus

Pegadas de Jesus

segunda-feira, 3 de julho de 2017

DESABAFO


Não há nada pior do que se sentir impotente diante de uma situação. Nada como olhar de um lado para outro e não saber que rumo tomar. Nada como perceber que não existe chances, alternativas, caminhos. É como se uma grande muralha se erguesse à nossa frente, indicando que ali é o ponto final. E não importa qual seja a situação, se financeira, de saúde, de relacionamento...

Em momentos assim se trava um combate interior. Difícil olhar para trás e perceber que o que se construiu deixou a desejar. Mais difícil ainda é entender que se pode fazer algo de bom, mas, não se sabe como, onde ou quando. E o tempo urge.

A sensação é a de um robô enferrujado. Nenhum movimento. Nenhuma flexibilidade. No fundo há medo. Medo da impotência, e da velocidade do tempo. 

Uma a uma as folhas de papel vão sendo jogadas no cesto de lixo, vazias e amassadas. São projetos abortados. Nenhuma luzinha se acende sobre a cabeça, sinalizando a boa ideia. Parece que não existe nada de novo, nem de promissor. Parece que todas as ideias já se transformaram em atividades ordinárias. E não existem elos que unifiquem toda a confusão gerada na mente, cansada de buscar saídas.

Que grande inquietação! É só um momento, eu sei, vai passar. É o momento da construção da ideia. Sempre há os prós e os contras antes de se formar uma grande ideia. E nada nasce sem dor e sofrimento, nem morre.

Quando cessar o torvelinho das emoções, quando a serenidade chegar, quando um tímido raio adentrar o túnel escuro, tudo se resolverá. A resposta será tão óbvia que será difícil de acreditar. Mas, até lá...

Não existe maior vitória do que aquela de vencer a batalha dentro de nós. Por que tudo precisa ser tão complicado? Talvez porque nossas amarras nos impeçam de ir além.

Pensando positivo é bem provável que o grande segredo seja a perseverança. Quem sabe! É preciso insistir. Não desistir. Quem sabe até fazer algumas loucuras, loucuras sensatas, ora pois!

Até mesmo um desabafo já significa se mover, sair do quadrado. A ordem é pensar, pensar e pensar...

E vamos pensando, num determinado momento vamos nos surpreender e gritar Euuuuureka!

E aí, então foi. Ou então é. Ou será. Será?

Não sei, só sei que não dá para chorar diante da impotência, é preciso vencê-la na queda de braço, afinal,
não há bem que dure ou mal que não se acabe.

(Por Socorro Melo)