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Eu olhava admirada as
minhas amigas brincando de bambolê, e sentia uma certa inveja, porque eu, de
todas, era a única que não conseguia girar o bambolê em volta do corpo, com
aquela desenvoltura e graciosidade. Não
levava o menor jeito. Não tinha ginga. Não tinha jogo de cintura.
Tentava, tentava, mas,
era um tanto desengonçada, diria mesmo que parecia uma estaca, e o bambolê em
minhas mãos perdia toda graça, todo encanto.
Nunca consegui, nem
mesmo quando adulta, na Academia.
No entanto, fui aos
poucos desenvolvendo um outro tipo de jogo de cintura, uma outra ginga, que me
fez vencer muitos obstáculos, superar muitas situações estressantes e
constrangedoras, um jeito todo especial de lidar com as pessoas.
Pessoas são diferentes.
Cada uma é um mundo, apesar de terem todas muito em comum. Esta foi a minha
melhor sacada. Inconscientemente comecei a estudar cada tipo, cada
comportamento, cada reação, e assim pude desenvolver uma maneira toda especial de tratar a todas e a
cada uma.
Pessoas são únicas na
sua essência. E não gostam de ser apenas “uma na multidão”. Gostam de serem
identificadas, valorizadas, reconhecidas, dignificadas.
Saber chegar até elas,
lapidá-las, compreendê-las, exige tempo e paciência. Umas são dóceis,
escancaradas, leves, outras são como ostras, fechadas, mas guardam pérolas
dentro de si, outras são atraentes, chamativas, algumas amargas,
chatas, superficiais, enfim.
O meu laboratório mais
rico foi o ambiente de trabalho. Aliás, os vários ambientes de trabalho.
Pessoas de toda sorte chegavam por lá. Era uma diversidade surpreendente de
tipos. Relacionei-me com um incontável número, direta e/ou indiretamente.
O quotidiano me ensinou
a pisar em cada terreno sem medo. Por vezes fui incompreendida, mas, na grande maioria bem acolhida. Uns passaram como um vento, sem deixar
marcas nem lembranças, outras guardo no coração com ternura e gratidão. No
entanto, todas, construímos algo juntos.
Resumindo, para acolher
pessoas, é necessário conhecer suas individualidades, suas características, suas
habilidades, seus pontos fracos e seus pontos fortes, ou simplesmente
enaltecê-las.
Não retrucar sem fortes
argumentos.Saber calar. Acatar as ideias. Saber convencer. Elogiar. Aconselhar.
Apontar erros sem humilhar. Dividir tarefas. Sabe ouvir. Perdoar ofensas. Ser
solidário nas situações mais críticas. Prezar pela arte da boa convivência.
Para isso precisa-se de ginga, de jogo de cintura.
Penso que fui um pouco
bambolê na minha vida profissional, e acho que esse foi o principal papel de
toda minha jornada, pois, angariei muitos e bons amigos.
Por Socorro Melo
5 comentários:
Mesmo não tenho habilidade para o bambolê, teu jogo de cintura nunca te faltou. Ele é importante na vida! bjs chica
É dif´cil chegar na este ponto que você chegou, pois é necessário ter paciência, para aos poucos ir obsertvando e ganhando experiência e conhecimento;.
Parabéns.
Um abraço.
Élys.
E esse bambolê, é muito mais importante, do que o outro que as sua amiguinhas, faziam em criança. Não é fácil, lidar com as pessoas, trabalhar com elas e sobretudo ajudá-las .
Um abraço
Nao me recordo como se diz em português de Portugal...Deu-me uma branca agora.
Kis :=}
Oi Socorro
Brinquei muito de bambolê, mas como você apontou muito bem a via nos intima a ter jogo de cintura. O ser humano é complexo e uma das maiores dificuldades do homem é a convivência. Você mencionou pontos importantes para se respeitar as individualidades. Bjs
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