Pegadas de Jesus

Pegadas de Jesus

sábado, 2 de fevereiro de 2013

ATÉ LOGO!



Olá, amigos e seguidores!


Finalmente pude vir aqui, justificar o meu sumiço. A minha prolongada ausência deu-se por muitos motivos, menos por falta de vontade, de interagir com vocês, pois, este “convívio” me é agradável por demais.

Estimo que ficarei ainda por algum tempo sem possibilidades de interagir com vocês, porém, assim que puder, eu volto.

Não se trata de uma despedida, mas de um até logo. Mesmo assim quero vos dizer que aprendi muito com o que cada um dos meus amigos, e seguidores, contribuiu para com o meu crescimento, nesta troca saudável de informações e sentimentos. Agradeço a cada um em especial, por prestigiar o meu humilde espaço, e torná-lo mais atraente, com os comentários carinhosos e inteligentes.

Acresci à minha Agenda, já em 2012, alguns compromissos significativos, e que demandam um tempo considerável, e que por esta razão, não disponho mais de tempo livre, visto que o que me sobra é para as atividades domésticas (risos), e para completar, estou sem computador. Entanto, digo-lhes que nunca estive tão satisfeita em minha vida, pois, estes compromissos novos justificam qualquer cansaço, e consiste na realização de projetos bem antigos, que finalmente Deus me chamou a executar.

Eu vou, mas eu volto, assim que puder...

Fiquem com Deus!

Paz e Bem!


"Eu segurei muitas coisas em minhas mãos e eu as perdi; mas tudo que eu coloquei nas mãos de Deus eu ainda possuo."  (Martin Luther King)



segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

FELIZ 2013 PARA TODOS NÓS!


Fechei para Balanço, literalmente. Para quem não sabe, trabalho na atividade contábil, e fim de ano é  tempo de prestação de contas, e de planejamentos para o exercício vindouro.

Dias movimentados, de intenso trabalho, de análises, de ajustes, de vigilância, para que o próximo período se inicie retratando a realidade de forma fidedigna.

Mas, pude reservar tempo para minha reflexão pessoal, e descobri, mais uma vez, o quanto tenho que agradecer.

Sou grata a Deus pelo dom da minha vida, porque me amou, me criou, e me mantém sob a sua proteção, dispensando-me cuidados tão especiais.

Sou grata porque posso ver a beleza da criação: o céu estrelado, os raios dourados de um sol poente, ou a luz da aurora que dissipa as trevas da noite...

Porque posso ouvir os sons da vida, desde a mais bela sinfonia até o canto singelo dos pardais que sobrevoam a minha casa.

Porque sinto o aroma das flores e das ervas...

Porque sinto o calor do sol, o frio nas noites de inverno, e o abraço fraterno daqueles que tanto amo...

Porque posso andar, pelo ar que respiro, e pelas batidas ritmadas e regulares do meu coração...

Porque como com gosto os alimentos, e sinto os sabores dos frutos da terra...

Porque sou feliz, e me considero amada por Deus...

Pela riqueza maior, meu grande tesouro, a minha fé, que me garante a paz interior e a esperança numa vida melhor...

Enfim, no Balanço da minha existência, percebo que a diferença entre os meus ganhos e perdas, mais uma vez, me proporcionaram lucros, representados pela minha alegria e ânimo de viver, pelos meus projetos e realizações, e pela certeza de que fiz a melhor escolha da minha vida: amar a Deus sobre todas as coisas...


FELIZ ANO NOVO PARA TODOS OS MEUS AMIGOS!

Que as bênçãos de Deus sejam derramadas incessantemente sobre todos nós, e que 2013 nos presentei com decisões mais firmes e atitudes mais justas e condizentes com a vontade Dele, para que sejamos, de fato, felizes.


Um grande abraço
Socorro Melo

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

SÃO FRANCISCO E O PRESÉPIO





Um dia, quando Francisco andava no Bosque de Grécio, viu uma gruta que lhe pareceu muito semelhante com aquela em que Jesus nasceu. E veio-lhe a idéia de usá-la para representar ao vivo o acontecimento do Natal. Contou a idéia a certo senhor, chamado João Velita, o qual o ajudou a preparar a gruta: levou para lá um boi e um burrinho e encheu o cocho de feno. Os camponeses e os pastores do vale e das regiões próximas dirigiam-se à gruta, na noite de Natal, com fachos acesos e cantando canções de pastores. À meia-noite foi celebrada a santa missa. Os frades, vindos até de lugares afastados, faziam uma coroa ao redor do altar. Depois do Evangelho, o santo falou aos fiéis sobre o grande mistério do nascimento de Jesus. Era tão grande a alegria que experimentava em seu coração que, quando pronunciava o nome de Jesus, lambia os lábios, e quando pronunciava a palavra Belém a sua voz parecia a fala de um anjo. Aquela noite foi, realmente, uma noite do paraíso.

Fonte: Biografia de São Francisco, por Tomás de Celano.
Imagem do Google.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

SIM, O REINO ESTÁ ENTRE NÓS...


Jesus dizia: o Reino de Deus já está entre vós... E eu pude vislumbrar, há poucos dias, as luzes desse Reino, num caso real, que ainda está acontecendo, e que muito me tocou:


Thiago, com apenas 26 anos, depois de um período de investigação, se descobriu portador de câncer.

Sempre foi um jovem alegre, comunicativo, e amigo de todos...

Para cuidar da saúde, precisava se deslocar de sua cidadezinha. E isso ia demandar recursos, coisa que Thiago não tinha.

A dor e o sofrimento envolveram a família de Thiago, e, além disso, ainda existia a preocupação de como custear o tratamento, as viagens, e toda a demanda que estava por vir.

Ele sempre viveu num pequeno povoado, de gente simples, de vida simples, mas que quando soube do seu problema, voluntariamente se uniu, e se articulou em campanhas para ajudá-lo a enfrentar o poderoso inimigo. Ninguém pediu nada, mas, foi impressionante a movimentação em torno da causa, e o apoio sem medidas que os amigos e conhecidos prestaram a Thiago. E estão prestando. Uniram-se também em oração, e clamam a Deus incessantemente pela vida do amigo.

Quem viu de perto as campanhas, a movimentação, por certo se emocionou. E nós, que cremos em Deus, nos fortalecemos ainda mais na nossa fé, quando vislumbramos o amor movendo o coração das pessoas, em prol do semelhante.

Sim, o Reino de Deus está entre nós. O Reino de Deus acontece quando nos deixamos guiar pelo amor, e nos colocamos a serviço do outro.

Que Deus abençoe este povo simples, que clama pela vida de Thiago. Este povo que sente compaixão, e que generosamente dá de si o que dispõe.

Que o Menino Jesus, que veio com a missão de restaurar a humanidade, adulterada pela escolha infeliz de renegar a Deus, compadeça-se da sorte do Thiago, e de tantos outros enfermos, e que neste Natal, presenteio-os com a cura e o restabelecimento da saúde, e que a experiência de dor que presenciamos, seja uma lição de vida para todos nós, e que saibamos depois, glorificar a Deus com a nossa vida, propondo-nos semear as sementes do Reino de Deus nesta terra árida, infecunda, a exemplo da comunidade de Thiago, que com certeza agradou a Deus com seu gesto bonito, de amor e de fraternidade.

Por Socorro Melo

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O PINCEL


Quero ser um instrumento na mão de Deus, decidi. Mas, que tipo de instrumento devo ser? Cada qual tem sua funcionalidade, e preciso determinar, a que me proponho, qual será a minha serventia, a minha missão.

Resolvi que quero levar alegria aonde eu for, e esperança. E penso na alegria como uma explosão de cores, e na esperança, como um verde que brilha, que sinaliza positivamente, que aconchega. Por fim, entendi que quero ser um pincel.

O pincel é um instrumento simples, quase imperceptível, nas mãos do pintor. Deixa-se envolver, é flexível, e é capaz de reproduzir na tela o talento e as emoções do artista. Em outras palavras, o pincel retrata sua alma criadora. Ele é apenas um instrumento, sem graça, sem nenhuma engenhosidade admirável, mas que serve de canal para que o autor realize a sua obra.

Ele dança por sobre as cores, na paleta, mergulha em cada uma delas, escolhendo o pigmento certo para colocar luz e beleza sobre a tela, branca e muda.

Deixa rastros em todas as direções, mistura as cores originais, e faz surgirem outras que vão dando forma à inspiração do artista. E por fim, depois da obra pronta, o artista é louvado e reverenciado, porque de fato merece, porque o talento e os atributos são seus. A obra é admirada, premiada, mas do pincel, ninguém se lembra, só o artista, que tem por ele gratidão e amor, por sabê-lo seu instrumento, o canal entre ele e a sua arte.

Eu quero ser um pincel, nas mãos de Deus, o grande Criador. E como pincel, devo ser simples, humilde, discreta, pois quem deve aparecer é o grande artista, e sua obra, não eu.

Quero espalhar sementes de paz, ao meu redor, assim como o pincel espalha as cores por sobre a tela.
Para cada pessoa que cruzar meu caminho, quero ser um sinal de amor, quero ser cor, quero restaurar as marcas do mal. Quero contribuir para dissipar as nuvens cinzentas. Quero ver de volta os sorrisos, quero ver renovadas as esperanças, e me fazer suporte para que meu semelhante cresça, confiando que vale por si, por ser parte preciosa do acervo de Deus, obra prima, singular, cada um, com suas particularidades, suas luzes, suas sombras, sua riqueza, originalidade, fruto da majestosa criação de Deus.

Sim, serei um pincel. Espalharei alegria, e darei a conhecer, com o meu serviço, com a minha vida, as obras de amor de um Deus tão maravilhoso, que me deslumbra com sua grandeza, e me faz feliz só de pensar que me ama, e que conta com o meu serviço, com a minha missão, não porque precise de mim, mas porque enquanto sirvo de pincel, vai me moldando, me transformando, e no fim, vai sorrir ante o meu enlevo, quando finalmente eu entender, que de pincel transformou-me numa pintura de inestimável valor.

Por Socorro Melo

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

TI QUIM


Oi, gente!

Vou contar-lhes uma das histórias de Joaquim, a qual vocês nunca mais vão esquecer. Duvida?


Joaquim. Carinhosamente chamado pelos sobrinhos de Ti Quim. Era uma figura cômica, quando bebia, e bebia sempre. E quando bêbado, perdia a noção de tudo: do tempo, do espaço, do ridículo...

Certa feita, depois de uns “gorós” perdeu o ônibus de Muriçoca, e foi pernoitar na casa da irmã, o que comumente acontecia. É que ele morava em Muriçoca, mas trabalhava em Potó, entendeu?

Pois bem, nesta noite, Joaquim irrompeu na casa da irmã, trambecando, com o braço erguido, e os dedos, médio e indicador formando o “V” da vitória, e cantando à moda de todo bêbado que se preza, com a boca mole, e aquela lentidão peculiar, a música Negue, de Maria Betânia... Imaginem a cena: Ne... gue... se... u... A... mor... s... car... inho...

A família, da irmã, que estava reunida em torno da mesa, à hora do jantar, caiu em uníssono, numa gargalhada gostosa e profunda. Isto atiçou Joaquim ainda mais, que continuou a fazer o seu showzinho particular, todo serelepe.

Depois de alguns minutos de boas risadas, a irmã de Joaquim, serviu-lhe um prato de sopa quente, melhor, quente e fumegante... E Ti Quim, sem delonga, introduziu as primeiras colheradas na boca, ávido que estava de comer... Repentinamente, grossas lágrimas brotaram profusamente dos seus olhos... O pobre Ti Quim ficou imóvel... Estupefato... Matando na língua a desgraçada da sopa, que mais lhe parecia lava, de origem vulcânica...

Que foi Joaquim, por que choras? Perguntou a irmã. E todos que estavam na mesa, voltaram a atenção para o pobre Ti Quim, que antes era só alegria, mas que naquele instante estava sem graça, depois que a sopa quente lhe queimara a língua... Ah, mas ele se refez com uma ligeireza impressionante, e ainda vertendo lágrimas, respondeu assim: foi nada não, é que de repente me deu uma saudade de mãe... Tudo balela, nada de saudade de mãe, essa foi só uma saída pra não confirmar que chorara por causa da sopa quente, rsrs

E então, concorda comigo que todas as vezes em que for tomar uma sopinha quente, a partir de agora, vai lembrar de Ti Quim, e sentir saudades de mãe?

Por Socorro Melo

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

DIVAGAÇÕES


Sede e fome insaciáveis
É o que sinto do saber
Das coisas admiráveis
Do sentido de viver

Vasculho no pensamento
No lirismo do poeta
E no doce encantamento
Que a natureza desperta

Na rima e na melodia
No céu de estrelas crivado
Na brisa que acaricia
Procuro pelo sagrado

Persigo a arte e a beleza
Anseio sabedoria
E vislumbro na tristeza
Uma luz que se irradia

Tudo me instiga a querer
Há fome de desvendar
Há sede de entender
Onde o caminho vai dar...

Por Socorro Melo
20/11/2012

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

CUBA, O INFERNO NO PARAÍSO


Caros leitores e amigos...  

Peço-lhes desculpas pelo sumiço, mas, bateu-me um desânimo, uma preguiça de escrever, de postar, de blogar, que acabei me ausentando por tanto tempo. Afora isso, também problemas com a conexão, e com o navegador, sem contar com o trabalho... Sei que é só uma fase, uma crise, e acredito que crises passam, e deixam lições preciosas. Vou lutar contra esta inércia, esta falta de inspiração, e logo, logo, estarei por aí, visitando cada um de vocês.   Deixo-vos a Crônica abaixo, que recebi por e-mail, e que achei fantástica.  

CUBA, O INFERNO NO PARAÍSO

Na crônica da semana passada, tentei, pela milésima vez, aderir ao comunismo. Usei todos os chavões que conhecia para justificar o projeto cubano. Não deu certo. Depois de 11 dias na ilha de Fidel Castro, entreguei de novo os pontos.

O problema do socialismo é sempre o real. Está certo que as utopias são virtuais, o não-lugar, mas tanto problema com a realidade inviabiliza qualquer adesão. Volto chocado: Cuba é uma favela no paraíso caribenho.

Não fiquei trancando no mundo cinco estrelas do hotel Habana Libre. Fui para a rua. Vi, ouvi e me estarreci. Em 42 anos, Fidel construiu o inferno ao alcance de todos. Em Cuba, até os médicos são miseráveis. Ninguém pode queixar-se de discriminação. É ainda pior. Os cubanos gostam de uma fórmula cristalina: ‘Cuba tem 11 milhões de habitantes e 5 milhões de policiais’. Um policial pode ganhar até quatro vezes mais do que um médico, cujo salário anda em torno de 15 dólares mensais. José, professor de História, e Marcela, sua companheira, moram num cortiço, no Centro de Havana, com mais dez pessoas (em outros chega a 30). Não há mais água encanada. Calorosos e necessitados de tudo, querem ser ouvidos. José tem o dom da síntese: ‘Cuba é uma prisão, um cárcere especial. Aqui já se nasce prisioneiro. E a pena é perpétua. Não podemos viajar e somos vigiados em permanência. Tenho uma vida tripla: nas aulas, minto para os alunos. Faço a apologia da revolução. Fora, sei que vivo um pesadelo. Alívio é arranjar dólares com turistas’. José e Marcela, Ariel e Julia, Paco e Adelaida, entre tantos com quem falamos,pedem tudo: sabão, roupas, livros, dinheiro, papel higiênico, absorventes. Como não podem entrar sozinhos nos hotéis de luxo que dominam Havana, quando convidados por turistas, não perdem tempo: enchem os bolsos de envelopes de açúcar. O sistema de livreta, pelo qual os cubanos recebem do governo uma espécie de cesta básica, garante comida para uma semana. Depois, cada um que se vire. Carne é um produto impensável.

José e Marcela, ainda assim, quiseram mostrar a casa e servir um almoço de domingo: arroz, feijão e alguns pedaços de fígado de boi. Uma festa. Culpa do embargo norte-americano? Resultado da queda do Leste Europeu? José não vacila: ‘Para quem tem dólares não há embargo. A crise do Leste trouxe um agravamento da situação econômica. Mas, se Cuba é uma ditadura, isso nada tem a ver com o bloqueio’. Cuba tem quatro classes sociais: os altos funcionários do Estado, confortavelmente instalados em Miramar; os militares e os policiais; os empregados de hotel (que recebem gorjetas em dólar); e o povo. ‘Para ter um emprego num hotel é preciso ser filho de papai, ser protegido de um grande, ter influência’, explica Ricardo, engenheiro que virou mecânico e gostaria de ser mensageiro nos hotéis luxuosos de redes internacionais.

Certa noite, numa roda de novos amigos, brinco que,quando visito um país problemático, o regime cai logo depois da minha saída. Respondem em uníssono:

Vamos te expulsar daqui agora mesmo’. Pergunto por que não se rebelam, não protestam, não matam Fidel? Explicam que foram educados para o medo, vivem num Estado totalitário, não têm um líder de oposição e não saberiam atacar com pedras, à moda palestina. Prometem, no embalo das piadas, substituir todas as fotos de Che Guevara espalhadas pela ilha por uma minha se eu assassinar Fidel para eles.

Quero explicações, definições, mais luz. Resumem: ‘Cuba é uma ditadura’. Peço demonstrações: ‘Aqui não existem eleições. A democracia participativa, direta, popular, é um fachada para a manipulação. Não temos campanhas eleitorais, só temos um partido, um jornal, dois canais de televisão, de propaganda, e, se fizéssemos um discurso em praça pública para criticar o governo, seríamos presos na hora’.

Ricardo Alarcón aparece na televisão para dizer que o sistema eleitoral de Cuba é o mais democrático do mundo. Os telespectadores riem: ‘É o braço direito da ditadura. O partido indica o candidato a delegado de um distrito; cabe aos moradores do lugar confirmá-lo; a partir daí, o povo não interfere em mais nada. Os delegados confirmam os deputados; estes, o Conselho de Estado; que consagra Fidel’.Mas e a educação e a saúde para todos? Ariel explica: ‘Temos alfabetização e profissionalização para todos, não educação. Somos formados para ler a versão oficial, não para a liberdade.

A educação só existe para a consciência crítica, à qual não temos direito. O sistema de saúde é bom e garante que vivamos mais tempo para a submissão’.José mostra-me as prostitutas, dá os preços e diz que ninguém as condena:’Estão ajudando as famílias a sobreviver’. Por uma de 15 anos, estudante e bonita, 80 dólares. Quatro velhas negras olham uma televisão em preto e branco, cuja imagem não se fixa. Tentam ver ‘Força de um Desejo’. Uma delas justifica: ‘Só temos a macumba (santería) e as novelas como alento. Fidel já nos tirou tudo.Tomara que nos deixe as novelas brasileiras’. Antes da partida,José exige que eu me comprometa a ter coragem de, ao chegar ao Brasil, contar a verdade que me ensinaram: em Cuba só há ‘rumvoltados’.

Autor: Juremir Machado da Silva (Jornalista Gaúcho, da ala da esquerda, que está acompanhando o Governador Gaucho em "visita" a Cuba, não se sabe para quê).

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

DIREITO E CIDADANIA

Uma manhã, quando nosso novo professor de "Introdução ao

Direito" entrou na sala, a primeira coisa que fez foi perguntar o

nome a um aluno que estava sentado na primeira fila:

- Como te chamas?

- Chamo-me Juan, senhor.

- Saia de minha aula e não quero que voltes nunca mais! –

gritou o desagradável professor.

Juan estava desconcertado. Quando voltou a si, levantou-se

rapidamente, recolheu suas coisas e saiu da sala.

Todos estávamos assustados e indignados porém ninguem falou

nada.

- Agora sim! - e perguntou o professor - para que servem as leis?...

Seguíamos assustados porém pouco a pouco começamos a

responder à sua pergunta:

- Para que haja uma ordem em nossa sociedade.

- Não! - respondia o professor.

- Para cumpri-las.

- Não!

- Para que as pessoas erradas paguem por seus atos.

- Não!!

- Será que ninguém sabe responder a esta pergunta?!

- Para que haja justiça - falou tímidamente uma garota.

- Até que enfim! É isso... para que haja justiça.

E agora, para que serve a justiça?

Todos começávamos a ficar incomodados pela atitude tão grosseira.

Porém, seguíamos respondendo:

- Para salvaguardar os direitos humanos...

- Bem, que mais? - perguntava o professor.

- Para diferençar o certo do errado... Para premiar a quem faz o bem...

- Ok, não está mal porém... respondam a esta pergunta: agi

corretamente ao expulsar Juan da sala de aula?...

Todos ficamos calados, ninguem respondia.

- Quero uma resposta decidida e unânime!

- Não!! - respondemos todos a uma só voz.

- Poderia dizer-se que cometi uma injustiça

- Sim!!!

- E por que ninguem fez nada a respeito? Para que queremos leis e

regras se não dispomos da vontade necessária para pratica-las?

- Cada um de vocês tem a obrigação de reclamar quando presenciar

uma injustiça.

Todos. Não voltem a ficar calados, nunca mais!

- Vá buscar o Juan - disse, olhando-me fixamente

Naquele dia recebi a lição mais prática no meu curso de Direito.

Quando não defendemos nossos direitos perdemos a dignidade e a

dignidade não se negocia.  

Autor desconhecido

terça-feira, 23 de outubro de 2012

EU E MEU ANJO DA GUARDA

Da minha casa para o meu trabalho, não é muito longe. Vou e volto caminhando, todos os dias. Seriam agradáveis momentos, não fosse o trânsito. De qualquer maneira, ainda é melhor do que encarar ônibus lotados, que se arrastam qual tartarugas, por causa do famigerado trânsito.

A coisa é tão séria, que não me arrisco a ir sozinha, e todos os dias, convoco o meu anjo da guarda para acompanhar-me. Comecei a ter um relacionamento mais estreito com ele, há pouco tempo, pois, ingrata que sou, pouco me lembrava dele. Mas, descobri que chamando ou não chamando, ele sempre esteve junto a mim, e isso me alegrou, foi quando passei a reverenciá-lo, e conseqüentemente passei a lhe dar mais crédito, e mais trabalho.

E todos os dias, lá vamos nós, driblando um sem número de carros e motos, que considero verdadeiros monstros vorazes, pois, qualquer distração, pode nos levar a figurar nas estatísticas de vítimas do trânsito, que crescem assustadoramente. A situação é tão séria, que até meu anjo, tem receios de se aventurar.

Penso que antes, quando não éramos tão íntimos, ele se divertia comigo. Como tem asas, eu creio, pois não imagino o meu protetor sem asas – que anjo seria esse – pois para mim as asas significam liberdade e infinitude, e já que eu só posso voar com as asas do pensamento, pelo menos ele pode se dar a esse luxo - devia sobrevoar as vias mais perigosas e me esperar lá do outro lado, sorrindo dos finos que os carros tiravam em mim. No entanto, devia se divertir ainda mais, com a minha cara de contrariedade, por causa das motocicletas, que eu não tolero.

Agora, a coisa mudou de figura. A missão dele, como meu anjo particular, e meu amigo, é me levar pela mão mesmo, como se eu tivesse quatro anos. Diante do vai e vem dos veículos, das fileiras intermináveis, das barbaridades, da falta de sinalização, da falta de respeito por parte dos condutores imprudentes, da falta de espaço destinado aos pedestres, que disputam com os automóveis as mesmas faixas, eu me abandono em suas mãos e me deixo levar.

Não corro mais, não me desespero, não me estresso. Só atravesso na hora que ele me autoriza, e não me importa quanto tempo vou ficar esperando, parada, à margem das vias, ou da BR(104). Aguardo sempre o seu sinal, para fazer a travessia. A desordem é tanta, que creio eu, até para um anjo, é impraticável.

Pois bem, assim vamos nós, todos os dias, eu e meu anjo. Quando alcançamos os trechos menos movimentados, vamos conversando... Aliás, só eu converso, pois vou demandando uma coisa atrás da outra, sem dar-lhe tempo de, sequer, abrir a boca. Porém, quando me aquieto, posso ouvir a sua voz, mansa e serena, indicando como uma seta, ou uma estrela guia, a direção mais segura, para onde devo rumar.

É bom sabê-lo ao meu lado, senti-lo... Quer dizer, nunca sei onde realmente ele se posiciona, se à minha frente, atrás de mim, ou do meu lado. Todavia, sei que ele está lá, pois, vez em quando, me é permitido sentir o toque suave das suas vestes, numa brisa que passa, bem de mansinho.

No fim do dia, depois de nos expor a tanta poluição, sinto-me cansada, empoeirada, e sei que se me fosse permitido vê-lo, veria em suas vestes, certamente, as marcas de fuligem, conseqüência do monóxido de carbono, a que se expõe todo o dia, só para me proteger.

Nos finais de semana, dou-lhe descanso, quase sempre. E fico a imaginar ele repousando, e suas asas encostadas em algum recanto, as vestes limpas e alvejadas, sem o enfadonho compromisso de encarar as máquinas bestiais e seus condutores insanos.

E não tenho dúvidas, que no fim da sua missão, por cuidar tão bem de mim, e olha que isso não é tarefa tão fácil, ele será promovido a uma hierarquia superior, e habitará um mundo melhor, livrando-se finalmente desse trânsito infernal.

Por Socorro Melo