BOSQUE

Parei. E dei-me permissão de ficar ali, admirando a beleza do bosque, um sonho, e absorvendo o doce aroma das flores silvestres.

Senti a brisa leve e suave acariciar meu rosto, e deixar em desalinho os meus cabelos.

Um raio de sol, por entre as árvores, ofuscou-me o olhar, mas, ainda assim, pude divisar borboletas multicores bailando no ar.

Lá adiante, na linha do horizonte, via estarrecida o céu tocar o mar, e o azul de ambos, de dourado se pintar.

Meus pés deslizaram por entre as folhas secas, fazendo-as farfalhar, enquanto que a sombra, insinuando-se lentamente, ia transpondo cada ponto, e cobrindo cada recanto.

Pássaros cantantes sobrevoavam o lugar, indo daqui pra lá, e vindo de lá pra cá. E saguins engraçados, pulavam de galho em galho, querendo à atenção chamar.

Inspirei aquele ar, com cheiro de maresia, e me senti tão leve, e naquele exercício de inspirar e expirar, sentindo o frescor da vida, fiz uma prece à Deus, por me encontrar num santuário ecológico, sagrado.

O astro rei, de repente, foi deslizando no céu, e se escondendo atrás de nuvens escuras, deixando um rastro de luz, um caminho de ouro, mostrando sua realeza, imponência e beleza.

E naquele momento, me senti tão pequena, mas, ao mesmo tempo tão grande, tão plena, tão integrada à natureza, parte do cosmo, ser vivente.

A natureza me transportou, para dentro de mim mesma, e embevecida pela beleza que me rodeava, balbuciei apenas palavras de agradecimento, ao criador de todas as coisas, e me senti amada, e entendi o que quer dizer “criados à sua imagem e semelhança”.