Pegadas de Jesus

Pegadas de Jesus

terça-feira, 15 de outubro de 2013

ESTAMPIDO


Como descrever o que senti? Não encontro palavras que o façam fielmente, mas, vou tentar.
Contei com o elemento surpresa, que não sei se foi positivo ou negativo. Entanto, convenhamos que tenha sido positivo.

A sensação foi horrenda. Nunca havia sentido nada igual. Sabe o que é se sentir no olho do furacão? Penso que deve ser assim.

Estava eu feliz, serena, prestando atenção em algo importante, de valor inigualável, quando de repente, ouviu-se um estampido, atemorizante, ensurdecedor...

Fui tomada por uma sensação de morte. Elevei as mãos à cabeça, instintivamente, e tinha certeza de que a mesma iria se abrir em duas bandas, qual melancia talhada. Tapei os ouvidos, olhei desnorteada à minha volta, abismada, esperando o sangue escorrer por entre os meus dedos. Era o fim. Senti nas mãos, que dos cabelos se desprendia um pó escuro, e fiquei no aguardo do líquido viscoso, que felizmente não veio. Foram minutos intermináveis.

Penso que as vibrações atingiram o máximo de dB(decíbeis) que um ser humano pode suportar... 
Por instantes houve uma chacoalhada dentro da minha cabeça, onde parecia que se chocavam cartilagem, escafa, tímpano, martelo, bigorna, estribo, cóclea e labirinto, numa turbulência vertiginosa de ciclone.

Senti-me desequilibrada. E confesso que só agora descobri que o sistema auditivo é responsável pelo equilíbrio do corpo (acho que perdi essa aula de Biologia).

A causa? A explosão de um fogo a poucos centímetros da minha cabeça.

Não houve ferimentos. Não há sequela aparente, apenas um certo desconforto.

A grata certeza de que a piedade divina, na figura do meu anjo da guarda, está a postos, me alegrou, e a ele dedico uma explosão de merecidos agradecimentos. Valeu, amigão! Obrigada por mais essa. Um dia lhe darei um grande e afetuoso abraço por tanta proteção.

Paz e Bem a todos!

Socorro Melo

segunda-feira, 14 de outubro de 2013


Dentro de cada casulo existe uma crisálida, uma borboleta, se preparando para nascer.

Algumas conseguem, antes de nascer, transpor parte da barreira, e por pequeno furinho, observar o mundo, em que logo, logo, vão viver... E se encantam com a luz do sol, com as flores, seus perfumes e suas cores...

Quem dera, que entre nós, houvesse muitas "borboletinhas" assim, atenciosas, que pudessem enxergar antecipadamente a vida maior, a que somos chamados...

A fé nos garante isso, a certeza da realidade que ainda não se vê. Pensemos nisso. Tenhamos fé.


Paz e Bem!

Socorro Melo

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

TODA VIDA É VIDA


TODA VIDA É VIDA

Que coisa estranha! Se toda vida é vida, por que pensamos que uma vida é melhor que outra vida?

Por que pensamos que os nossos critérios de decidir quem vai viver está correto, em detrimento de quem vai morrer? Quem é nocivo deve morrer, sem piedade, e quem não é, deve viver. Mas, se tudo é vida... Tudo criatura...

Será que quem é nocivo aos nossos olhos, não pode ter sua utilidade? E quem nos parece inofensivo não tenha também sua nocividade?

Ai, que dúvida! Dúvida?

De relance, vi a sombra se mover, numa rapidez vertiginosa. Não deu tempo de ver o que era. Passou-se um dia. Dia seguinte vi, pela segunda vez, mover-se ligeiro, e não tive dúvida, era o que eu pensava.

Preparei as armas. Coloqueia-as a postos. Horas mais tarde ouvi o disparo. Corri ao encontro, achando que o meliante tinha sido pego, mas, para minha surpresa, lá jazia outro, que não deveria morrer, e que me deixou penalizada e com tanto remorso, que fiquei remoendo a questão, e reconsiderando meus valores.

A ratoeira havia capturado um passarinho...

Por que, me perguntei (e ainda me pergunto) posso matar o rato e não me sentir culpada, e sofrer tanto com a morte do passarinho?  Se toda vida é vida...

Por Socorro Melo

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O BOI DE BIU

O Boi de Biu. Já ouviu falar? Foi o menor bloco carnavalesco do mundo. Ouvi rumores de que vai para o Guines. Torço para que seja verdade, pois, é um tributo bem merecido, a quem foi perseverante por tantos anos, numa terra onde o carnaval só existe na folhinha do calendário.
Com chuva ou com sol, o Boi estava na rua, nos dias de carnaval, na cidade “fantasma” de Belo Jardim, no Estado de Pernambuco, minha terra. Digo fantasma porque no Carnaval, a cidade se esvazia, visto que grande parte da população se retira, para o litoral e/ou outras localidades. Mas os poucos que ficavam, podiam se enternecer e se distrair um pouco, vendo o bloco passar.
O bloco era composto basicamente por Biu, seu idealizador e presidente, o Boi, a atração principal, e um punhado de moleques das ruas por onde passava. Na verdade eu desconfio se a atração principal era mesmo o Boi, ou se era Biu.
Biu era uma dessas pessoas que se costuma chamar, ou rotular, de simplórias. Para mim ele era simples. Tinha seu jeito singular de ser, jeito de gente, cheiro de povo. Não se importava de parecer ridículo, e na verdade não era, e nem dava atenção para as chacotas.
A cada Carnaval, o Boi inovava. Nunca se apresentava sem uma pequena mudança, por mais imperceptível que fosse. Era um boi colorido, cheio de brilho, cheio de vida, da vida de Biu, que lhe imprimia alegria. A orquestra que os acompanhava se resumia apenas num atabaque, que enchia com sua cadência as ruas por onde o cortejo passava. Cortejo? Bem, não era assim um corteeeejo, pois houve ocasiões em que desfilavam apenas Biu e o Boi.
Este ano Biu se foi, fez a grande viagem. O Boi ficou órfão. Dizem que no seu leito de morte Biu fez um pedido: que não deixassem de botar o Boi na rua... Talvez seja chacota isso, mas, é bem próprio de Biu.
A simplicidade encanta. E Biu encantou. Biu, e o Boi. Na terrinha, não há quem não fale com carinho dessa dupla. Cada um sabe contar um pequeno fato ou uma situação inusitada que aconteceu, e situações inusitadas e engraçadas era o que não faltavam a esse bloco surpreendente. E o povo sorria e aplaudia.
Biu se foi, o Boi ficou. Mas o Boi não existe sem Biu. O Boi foi o sonho de Biu, sua melhor construção. Nele realizou-se e registrou sua marca na cultura do  povo. Deixou o seu exemplo de perseverança. Foi aquele que acreditou e nadou contra a corrente sem nunca largar o sonho.
Se for verdade, e não apenas rumor, se O Boi de Biu, o menor Bloco carnavalesco do mundo for, de fato,  para o Guines,  será eternizado, e será conhecido do mundo todo. A simplicidade encanta e surpreende.
“ Os últimos serão os primeiros”, disse um grande sábio, que também foi simples.
Abre alas, minha gente, abre alas que o Boi de Biu vai passar, para a história da humanidade. Eu até posso imaginar a satisfação de Biu, o seu sorriso de triunfo, por entender que fez a diferença por aqui, que plantou alegria, para que tantos colhessem os frutos da saudade. Olha o Boi de Biu aí, gente!

Por Socorro Melo


sábado, 7 de setembro de 2013

FALANDO DE PAZ

Mais assombrosa do que a cena trágica de morte, das vítimas de arma química, na Síria, foi a compreensão do quanto é possível ao homem ser cruel e desumano.

Estremeci diante dessa re-descoberta. Senti medo.

Eu tinha minhas ilusões a respeito do ser humano...

Como é possível, em pleno século XXI, depois de todo progresso conquistado pela humanidade, de tanta modernidade, tanta tecnologia, ciência, recursos sofisticados, meios de comunicação diversos, diplomacias, o ser humano tender a resolver suas questões através da força das armas, como bárbaros?

Quantos jovens e crianças perderam a vida? Quantos inocentes, vítimas da ganância e do orgulho humanos? Que insensatez! Que tristeza!

O mundo jaz nas trevas do paganismo moderno e crescente. Deus parece que não se faz mais necessário, foi descartado. Os poderosos, que deveriam ser líderes do seu povo, são os opressores. Consideram-se auto suficientes, imbatíveis...

Não consigo compreender tanta dureza de coração. Não consigo conceber um mundo sem amor... sem Deus.

Se o homem é auto suficiente, por que precisa de armas para governar? Nem mesmo é capaz de dialogar... Por que tudo é explicável, tudo é possível, menos aceitar Deus? Por que essa possibilidade assusta tanto os homens?  Deus não é entrave, é resolução. Quando Ele governa a justiça acontece. O mundo jamais terá paz enquanto dominado por homens ambiciosos, frios e calculistas. O governo dos homens sempre será autoritário, tirano, egoísta... Será que é tão difícil compreender isso?

O mundo tem sede de Deus. E somente Ele é capaz de libertar o homem da brutalidade e da ignorância.

De quanto desenvolvimento e conhecimento (Científico,Tecnológico, Político) a humanidade se orgulha, todavia é lamentável a pobreza moral, ética e humana em que tragicamente se consome.

Por que Deus permite que tudo isso nos aconteça? Porque escolhemos assim. Esse é o produto da nossa liberdade, da nossa opção de vida, que quer afirmar que Deus está ultrapassado, que é desnecessário. Que pena! Os horrores que vemos são consequências da trajetória equivocada que as sociedades tem percorrido.

Nem a vida humana tem mais valor, até ela é banalizada. Infelizmente, os frutos que teremos a colher são desses a piores.

Rezemos pela paz do mundo continuamente, e que  Deus nos ajude a sermos instrumentos dessa paz!


Por Socorro Melo

segunda-feira, 29 de julho de 2013

UMA MULHER CHAMADA MARTA

«Uma mulher chamada Marta recebeu Jesus em sua casa»
Dia de Santa Marta - 29 de julho
«O que fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes» (Mt 25,40). […]
Tu, Marta –, com tua licença o direi, e bendita sejas pelos teus bons serviços – buscas o descanso como recompensa do teu trabalho. Agora estás ocupada com muitos serviços, queres alimentar os corpos que são mortais, embora de pessoas santas. Porventura, quando chegares à outra pátria, poderás encontrar um peregrino a quem hospedar, um faminto com quem repartir o pão, um sequioso a quem dar de beber, um doente a quem visitar, algum litigante a quem reconciliar, algum morto a quem sepultar?

Lá, não haverá nada disso. Que haverá então? O que Maria escolheu: lá, seremos alimentados e não daremos alimento. Lá, há-de cumprir-se em plenitude aquilo que Maria aqui escolheu: daquela mesa opulenta, ela recolhia as migalhas da Palavra do Senhor. Quereis saber o que haverá lá? O próprio Senhor o diz a respeito dos seus servos: «Em verdade vos digo, que ele os mandará sentar à mesa e, passando no meio deles, os servirá» (Lc 12,37).
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja 
Sermão 103, 1.5; PL 38, 613 (trad. breviário 29/07)
***
Muito profundas as palavras de Santo Agostinho. Essa promessa de Lc. 12,37 é simplesmente estarrecedora. O nosso Deus servindo seus servos? Quanta humildade e quanto amor! Louvado seja o Senhor que é misericórdia infinita!




quarta-feira, 24 de julho de 2013

Recado

Meus amigos, e minhas amigas,


Informo que ainda não me é possível visitá-los. Estou sem computador. Vez em quando pego carona no de alguém, quando surge a oportunidade, como agora, mas, a expectativa é de que no próximo mês este problema seja solucionado. Assim espero.

Agradeço  IMENSAMENTE aos que não me esqueceram, e que vêem sempre aqui prestigiar este humilde espaço com seus calorosos comentários. Gracias.

Um grande braço a todos! Paz e Bem!

domingo, 21 de julho de 2013

ESTIVE EM CANINDÉ - CEARÁ

Três horas da manhã. Madrugada fria de dezesseis de julho. E lá fomos nós, sonolentos e animados rumo a Canindé-CE, para um encontro de fé, com São Francisco das Chagas. Enquanto o micro ônibus deslizava na pista, observávamos, nas sombras, os contornos das árvores que iam ficando para trás. 

Poucas horas depois, vislumbrávamos, de nossas janelas, encantados, a aurora boreal, com sua luz dourada que, aos poucos, ia pincelando as cores e afastando as sombras da noite.

E assim, continuamos nossa jornada, cantando e nos preparando para o nosso destino.

Nos quatrocentos quilômetros de nossa viagem, tivemos um problema, e ficamos a tarde inteira, sentados na praça central de Juazeiro do Norte, aguardando a manutenção e correção do nosso transporte. Foram horas cansativas, de ansiedade, pois iam de encontro aos nossos planos. Porém, nos animamos, e às vinte horas, retomamos a nossa romaria, sob um céu estrelado e uma lua brilhante... Numa estrada solitária e inquietante. Rezamos, cantamos, sorrimos... Até que o cansaço nos venceu, e mais uma vez, sonolentos, nos recostamos nos nossos assentos em busca de repouso.

Às quatro horas da manhã, chegamos a Canindé. Nos hospedamos em Pousada simples, sem muito conforto, depois de mais de vinte e quatro horas de viagem: verdadeira peregrinação.

Dia seguinte, bem cedo, lá estávamos nós, depois de uma refeição simples, feita às pressas, no nosso quarto, a postos, para vivenciar o nosso sonho de conhecer a Basílica de São Francisco, para agradecer a Deus, que por intercessão do Santo de Assis, acolheu as nossas preces, e a de tantos peregrinos que para lá se dirigem durante todo o ano.

Canindé. Cidade pequenina. Lugar de oração. Tudo gira em torno da fé. A Basílica de São Francisco, majestosa, imponente, ergue-se no centro da cidade, e nos convida a adentrarmos. No seu interior, nos envolve uma grande paz. É como se o próprio Francisco estivesse ali nos recebendo...

Emoção. Diante do sacrário, de Jesus na Eucaristia, e da imagem de São Francisco, no altar mor da Basílica, com seu jeito humilde e doce, que nos cativa e nos atrai.

A Basílica é linda. assemelha-se às igrejas da Europa. Os vitrais, as imagens antigas, os móveis, os quadros, as pinturas... Simbologia que nos reporta ao verdadeiro sentido de nossa fé. Nossa igreja é linda, é diversificada, e eu aprendi a amá-la e respeitá-la, e a entender as expressões do sagrado nas obras de arte, criadas e inspiradas pelo povo de Deus.

Visitamos a Casa dos Milagres. Pelas imagens fotográficas,  pela quantidade de peças retratando partes do corpo humano, imagens fortes, pelas mensagens de agradecimentos, conhecemos a dor do povo, mas também a fé, e especialmente a vitória, o acolhimento divino, expressados nos ex-votos... Lindo!

Fomos ao Zoológico de São Francisco, um ambiente agradável, arborizado, bem cuidado, e com muitos animais, entre eles: Leões, Tigres, Ema, Cutia, Porco do Mato, Cobras, Araras coloridas, Macacos, etc.

O Museu, que fica próximo ao Zoo, é uma viagem pelo passado. Quantos objetos, sacros ou não, móveis, máquinas, artigos indígenas, moedas, armas, utensílios domésticos, instrumentos musicais, esculturas em madeira, mármore, etc., nos fascinam à medida que tentamos imaginar a realidade dos tempos idos de suas utilidades...

Perambular no centro de Canindé, tentando encontrar um souvenir que se pareça com cada um dos nossos amigos queridos, é outra aventura sem par...

A cidade oferece uma boa estrutura, para receber os peregrinos. Quem não pode pagar hospedagem, pode ficar nos abrigos, bem estruturados, que a cidade dispõe, para acolher os romeiros.

A maior estátua de São Francisco, com mais de 30 metros, vela pela cidade, de certo ponto, com suas mãos estendidas, chagadas, abençoando quem lá chega, com o coração aberto e movido pela fé. 

Canindé, a nossa Assis latina. Maior peregrinação franciscana, depois de Assisi-Itália. Um celeiro de bênçãos, um lugar onde podemos refletir sobre nós mesmos, a quanto anda a nossa humildade. No encontro com os romeiros de São Francisco, os pagadores de promessas, com seus hábitos meio desengonçados, velhos, crianças e jovens, todos felizes por estarem ali, assim como fui eu, agradecer por uma (entre tantas) graça recebida, percebemos o rosto de Cristo, o Cristo presente, que sofre, mas que espera,na misericordiosa bondade de Deus, que tudo pode, e que aos humildes cumula de bênçãos. Obrigada, Senhor, pela minha vida, pela minha saúde, minha família, meu trabalho, e todos os benefícios que me dispensas. Obrigada, meu Pai Seráfico, São Francisco das Chagas, de Assis, dos pobres, dos necessitados... Obrigada porque fui a Canindé, e lá encontrei singeleza e beleza, como tudo que é próprio de Deus. 

Conheça você também, e veja pela sua própria ótica, Canindé.

Paz e Bem a todos que por aqui passarem!

quinta-feira, 20 de junho de 2013

SONHO DE RESSURREIÇÃO


Diante do trono, da real Majestade
Ricamente adornado... Eu vi uma luz
E um anjo a cantar, melodias suaves
Ao Nome do Rei, o excelso Jesus

Beleza tão grande, jamais pude ver
Vi campos dourados, vi mananciais
Vi brotando a vida no amanhecer
Pois o Criador não se cansa jamais

Estrelas brilhantes, e noites de lua
Jardins carregados das flores mais belas
Semblantes felizes, e paz pelas ruas
Ausência de guardas e de sentinelas

Senti um aroma meio adocicado
E uma brisa leve minha pele roçou
Era tanta a beleza... Fiquei deslumbrado
E a iminente chegada, alguém anunciou:

Eis que vos chega, o grande Senhor!
E um forte alarido foi notificado
Diante do trono se ouviu o louvor
Àquele que vive, ao ressuscitado!

Um gozo indizível minh’alma sentiu
Ao ver tanta glória e tanto esplendor
Pôs os olhos em mim, e sereno sorriu:
Só então compreendi, a excelência do amor.

Não acreditei que fosse pra mim
Tão doce sorriso, tamanha atenção
Mas pelo meu nome, chamou-me, enfim
Eu, dentre tantos, na multidão...

Socorro Melo

sábado, 8 de junho de 2013

MOMENTO POÉTICO

ESTRANHA DOR


Invadiu-me sutilmente
Uma estranha e imensa dor
Talvez se chamasse mágoa
Ressentimento ou rancor...

Instalou-se na minh’alma
No recanto mais profundo
E espalhou agonia
Descolorindo meu mundo

Desfez a minha alegria
Oprimiu meu coração
Perdi a paz, a energia...
Enchi-me de solidão

A dor cruel e malvada
Que causou tanta aflição
Só foi um dia, sanada:
Pela força do perdão.

Por Socorro Melo