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´"Eu guardo
em mim
dois
corações
um que é
do mar
um das
paixões
um canto
doce
um cheiro
de tem...poral
eu guardo
em mim
um deus,
um louco, um santo
um bem e
um mal
eu guardo
em mim
tantas
canções
de tanto
mar
tantas
manhãs
encanto
doce
o cheiro
de um vendaval
guardo em
mim
o deus, o
louco, o santo
o bem, o
mal…” Danilo Caymi
Eu não
conhecia essa canção do Danilo Caymi, até poucos dias. E quando a ouvi me pus a
refletir. De fato, todos guardamos dois
corações, e todos somos deuses, loucos
ou santos em determinados momentos de nossas vidas.
Nós somos
uma dualidade. Nós temos além desse corpo físico um ser interior que nos
define. Um ser que pensa inteligentemente, que tem suas opções preferenciais, que
tem vontades, desejos, que sabe argumentar, que toma decisões, que faz
escolhas, que tem atitudes, que participa, que se retrai, um ser feito de razão
e de emoção. Um ser livre.
E com essa
liberdade que nos é dada, vamos construindo nossa história, edificando nossa
vida, abrindo e fechando caminhos. E é grande a nossa responsabilidade na
escolha de nossas preferências, pois, elas podem nos render tanto uma vida de
sucesso quanto de amarguras e decepções.
Viver é
um engenho, é uma arte. Precisamos nos munir de todo talento, de toda
capacidade, de muita criatividade e bom humor para levar adiante essa construção de forma
desejável.
Não se
pode perder um minuto na vida. Tudo conta a nosso favor ou contra nós. O que fazemos hoje tem reflexo na nossa vida amanhã. Podemos acertar ou errar, seja o
que for, vamos colher os frutos do que plantamos.
Mas,
podemos folgar com a certeza de que errando, podemos corrigir e dar um novo rumo à
construção, basta que nos conscientizemos daquilo que é realmente o objetivo a ser atingido.
E quantas
vezes damos murros em ponta de facas. E agimos de forma egoísta, como loucos, desrespeitando
o espaço e a dignidade dos outros, querendo nos impor ou impondo nossas ideias
e interesses.
E somos
obrigados a juntar os cacos do nosso coração, que por vezes, ainda altivo, não
aprende a lição. E são tantos os disparates, conforme o tamanho da insensatez.
Alimentamos
o santo quando adotamos uma forma altruísta de viver. Quando enxergamos que
além de nós existem mais. Quando somos capazes de nos ignorar, para atender a necessidade de outro que é mais
urgente, sem medir esforços e sem impor condições, quando deixamos aflorar
sentimentos e virtudes nobres, como a generosidade, a compaixão, o acolhimento,
o desapego, que aos olhos de muitos pode parecer loucura ou utopia,
mas, que nos garante uma felicidade ímpar que nenhum bem material pode compensar.
Todavia,
quando nos sentimos deuses, e sabemos que guardamos em nós essa possibilidade, atingimos
o cúmulo da idiotice. O orgulho e a soberba nos levam a entender que somos superiores
aos demais, mais dotados, mais expertos, mais agraciados, mais merecedores e
por fim, acreditamos nisso.
E nos
comportamos como rolos compressores, cegos e violentos, passando por cima de
qualquer que venha ameaçar a nossa posição.
Todas
essas possibilidades estão guardadas nos dois corações. Um guarda a doçura, o
outro o fel. Um guarda o amor desinteressado, o outro as paixões desordenadas.
Um guarda a felicidade o outro a desventura.
E tudo
depende de nossas escolhas. A partir da mais ínfima. A vida é o que nós decidimos
fazer dela. Para isso fomos presenteados com a liberdade. Porém, temos que
compreender que vamos responder, cedo ou tarde,
pelo uso dessa liberdade.
O coração
que é alimentado é aquele que vai se sobressair. Priorizemos o coração que é leve, que não tem amarras,
que guarda a simplicidade, que guarda o mar, o encanto doce, àquele que tem
olhos e que enxerga mais longe, além do horizonte.
Por
Socorro Melo
4 comentários:
Boa Noite, querida amiga Socorro!
Hoje, eu conversei muito com uma amiga que saiu do virtual sobre esse tema...
Estou começando o 2017 muito serena por relevar muita coisa e não querer ter razão pois os ingratos nunca nos darão... rs...
Excelente postagem!
Bjm muito fraterno
Foi bom relembrar essa canção e ela realmente nos faz pensar nessa dualidade! Bela reflexão! bjs praianos,chica
Eu não conheço a canção. Mas o seu texto é muito bom. A vida é feita de escolhas e nem sempre fazemos as melhores. Mas também é errando que se aprende.
Um abraço e uma boa semana
Pois é Socorro, esta canção é muito linda do Danilo, neste olhar para o mar como o proprio Pai sempre nos encantou. Várias cantora interpretaram esta canção tão linda e voce deu um show de analise sobre a composição.
São dois os corações e havemos de saber a qual valorizar e assim construir nossos caminhos de paz,amor e leveza.
Gostei.
Abraços com carinho.
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