Pegadas de Jesus

Pegadas de Jesus

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

COINCIDÊNCIA?



Imagem da Net

Acordei  sobressaltada, um pouco trêmula, coração apertado, e com uma sensação de  medo, por causa do sonho. Parecera tão real, e isso era o que mais amedrontava . Eu vira meu filho, numa cadeira de rodas, paralisado, com um semblante triste, pesado. Ele vestia uma camisa de time de futebol, listrada, de azul e branco.

Deixei-me ficar por alguns instantes pensando naquilo, imaginando o que poderia significar. Tínhamos uma viagem programada para dali a poucos dias, íamos ver a neve, e aquele sonho me assustara.
Afastei dos meus pensamentos aquela imagem, fora apenas um sonho, na verdade um pesadelo. Mas, vez por outra  aquilo me incomodava.

Chegou o dia da viagem e com ele os preparativos, as expectativas, as providências a serem tomadas. Tudo ocorreu de forma tranquila, e lá fomos nós. Vivemos  momentos  inesquecíveis, de uma viagem encantadora. Regressamos em paz.

Na chegada, um grande contraste, uma notícia triste que se sobrepôs a toda euforia da experiência maravilhosa que tínhamos vivido: meu irmão estava gravemente doente. Tudo se passara tão rápido que mal dava para acreditar. Senti-me arrancada pela raiz. Não ousei descansar da viagem,pois, não havia tempo para isso, nem clima. Fui ao encontro do meu irmão,que se encontrava hospitalizado.
Atravessei os corredores do Hospital muito tensa. Sentia-me mal em pensar que enquanto eu me divertia ele lutava pela vida. Mas, eu não sabia, e  não poderia imaginar que algo tão grave estivesse acontecendo com ele.

Quando assomei à porta da enfermaria ele estava bem à frente, já desfigurado por causa da doença. Estava sentado numa cadeira, imóvel, parecia paralisado, com um semblante triste, carregado de sofrimento, e vestia uma camisa de time de futebol, listrada, de azul e branco, tal como eu sonhara dias atrás. Porém, eu não lembrei-me disso naquela hora.

Na noite seguinte dormi muito mal. Eu só pensava nele. Não sei se por causa do sofrimento ou da tensão, tive um outro sonho, que tanto quanto o primeiro, me deixaram pensativa.

De novo eu via meu filho, no que parecia ser um quarto ou sala não muito grande, com as paredes pintadas de branco, e sem teto. Não havia janelas nem portas naquele lugar, e as paredes eram muito altas. E ele circulava naquele quadrado, e batia com os punhos e as mãos nas paredes, na tentativa de sair dali, quando depois de um tempo que me pareceu enorme, dois braços se estenderam por cima da parede, e o puxaram para fora, libertando-o daquela prisão. Suspirei aliviada. Eu era uma expectadora,mas, é estranho, eu não sabia de onde eu olhava tudo aquilo.

A situação do meu irmão se agravou muito, e foi necessário submetê-lo a uma delicada cirurgia. Após, ele entrou em coma, e ficou entubado por três dias, depois foi a óbito.

Enquanto ele estava em coma eu o visitei. Fiquei ali parada diante dele, sem saber que dizer, ou que fazer. Não dava para acreditar que um homem tão jovem, tão forte, estivesse naquela condição tão deprimente. Ele estava ali, e não estava. Afaguei os seus cabelos enquanto fazia uma prece, e apesar de tudo, de todos aqueles tubos, aparelhos, me parecia sereno, tão diferente daquele semblante cadavérico e agoniado que eu vira dois dias atrás.

Ele estava ali, mas não estava. Estava preso dentro de si mesmo. Não partira ainda, mas também não se comunicava com o mundo exterior, e me veio à lembrança aquele recinto de paredes brancas, sem teto, que eu havia visto no meu sonho. Sabia que ele estava travando uma luta interior, tentando se libertar. Três dias depois, partiu. Penso que aqueles braços fortes, que vi no meu sonho, o resgataram de dentro daquela prisão, e como cristã, sei que Deus o fez.

Isto é apenas uma reflexão, sobre os meus sonhos, que foram tão reais. O que aconteceu de fato? Teriam sido um aviso, uma premonição? Ou, tudo não passou de grande coincidência? Será que a fronteira entre essa vida física e a espiritual é tão próxima assim? Será que a fé e a sensibilidade para as coisas espirituais nos preparam para momentos impactantes, de perda? Não sei. Só posso dizer que durante todo esse tempo estive no controle de minhas emoções, e de que não sou dada a especulações sobre assuntos que desconheço.

Porém, creio, que:

Há mais mistérios entre o céu e a terra do que possa imaginar a nossa vã filosofia” (Shakespeare).

2 comentários:

Elvira Carvalho disse...

Eu acredito em premonições. Nunca tive nenhuma, mas conheci quem as teve, e saíram reais.
Um abraço

Élys disse...

Algumas vezes, Deus procura nos mostrar que está junto a nós e nos fala nas mais diversas formas.
Um abraço.
Élys.