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Vez por outra divagava, e ficava pensando em como gostaria de ter
estudado, de ter se profissionalizado, mas, lhe faltaram oportunidades. Era
alfabetizado. Lia razoavelmente bem, porém, tinha grande dificuldade para
escrever.
O burburinho e o barulho dos caminhões, à entrada da Distribuidora,
arrancaram Alfredo de seu devaneio. Encostou o carro no estacionamento, e
olhando para o cenário com antecipada saudade, se encaminhou até o Setor de
Transportes, para receber as instruções do dia.
Curiosamente pensou no que Luísa falara, no mau pressentimento, e sentiu
um arrepio, uma sensação desconfortável, e automaticamente puxou a medalhinha
de Nossa Senhora de Aparecida, que carregava pendurada ao pescoço, beijou-a, e em pensamentos, pediu proteção.
Ao entrar na sala, teve uma emocionante surpresa. Os colegas de trabalho prepararam-lhe uma festa de despedida, e o acolheram com gritos e palmas, além
das piadinhas costumeiras, que tornavam aquele ambiente tão agradável.
Todos o abraçaram, desejaram votos de felicidade e prosperidade, trocaram
endereços e telefones, fizeram promessas de visitações, lembraram fatos
antigos, riram das coisas engraçadas, falaram com respeito das coisas sérias, e
despediram-se.
Alfredo agradeceu a todos, e saiu com lágrimas nos olhos. - eu
hoje estou frouxo – pensou e sorriu.
Portando na mão a Nota Fiscal, dos produtos que iria fazer entrega
durante o dia, o seu último dia, saiu em direção ao caminhão em que trabalhava.
Antes de entrar na cabine, deu umas palmadinhas na porta, como se estivesse
se despedindo do seu velho companheiro de jornada.
2 comentários:
Continuo a gostar desta história, embora também eu esteja com um mau pressentimento.
Oxalá me engane.
Um abraço
Acompanhando e gostando! bjs, chica
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